UM PROFESSOR, UMA MULHER E UMA FLOR
A Terceira Guerra Mundial, como todos sabem, trouxe o colapso da civilização.
Megalópoles, cidades, vilas e aldeias foram destruídas e até mesmo o campo foi devastado pelas granadas atômicas. A maior parte das pessoas morreu e os poucos sobreviventes, aturdidos, perderam os estímulos para a vida e os resquícios da auto-estima. O trabalho foi abandonado, os animais sobreviventes caíram sobre o que restava de alimento e a fome se abateu sobre as ruínas. Pior que isso: sobrava a desilusão e o fim de toda forma de esperança.
Um dia, uma jovem, que nunca havia visto uma flor, descobriu a última, que nascera entre os escombros. Encantou-se e buscou cúmplices para descobrirem estratégias para fazê-la sobreviver. Passou por muitos, mas não encontrou ninguém. Quando, desiludida, voltava à sua flor, encontrou um jovem professor que se interessou por sua história.
Juntos, foram até a última flor. Com infinita paciência e renovados pela ternura, construíram toscos meios para protegê-la dos resíduos químicos e dos animais famintos. A pequena flor sobreviveu e transformou-se em sementes; ao seu lado, surgiram outras flores e, depois, mais outras. Após algum tempo, um canteiro florido recobria, como uma ilha, o espaço desolado. A jovem fez-se aluna e começou a se interessar por sua aparência e o rapaz assumiu sua missão de mestre e aprendeu a cuidar-se. Construíram um abrigo ao lado do canteiro e, aos poucos, outras pessoas descobriram beleza no singelo espaço. Surgiu uma escola e, de suas aulas, uma vila. Foram criadas novas profissões. A alegria e a esperança voltaram a reinar entre os homens.
A cidade foi reconstruída em torno da escola e do canteiro, e as lições e as flores passaram a expressar seus símbolos. Logo, poetas, agricultores, cantores, naturalistas, músicos, mímicos, malabaristas adotaram a cidade. Líderes, também líderes. As pessoas que viviam nas planícies passaram a reclamar direitos sobre as colinas; e os moradores destas, a lutar pela posse da planície. Surgiram guerreiros, sargentos, políticos, lutadores, comandantes e matadores.
A guerra tornou-se inevitável e desta vez a destruição nada deixou sobre os escombros.
Nada restou, apenas um professor, sua aluna e uma flor.
Esta bela parábola foi adaptada de um monólogo de Bertold Brecht. Ensina que um professor e seus alunos constituem o símbolo da reconstrução e a singela flor da esperança.
Antunes, Celso - Marinheiro e Professores –– 9ª Ed. – Editora Vozes – p. 107 a 108.
quarta-feira, 18 de novembro de 2009
PROJETO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR – LEITURA E ESCRITA
ESCOLA MUNICIPAL VICENTINA ABREU SILVA
PROJETO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR – LEITURA E ESCRITA
LETRAMENTO: “Imagens, gestos, palavras e sons: o possível diálogo universal”
DISCIPLINAS: Português, História, Geografia, Ciências
PÚBLICO ALVO: Alunos do 6º e 9º anos
PERÍODO: Setembro de 2009 ao final do ano letivo
JUSTIFICATIVA:
Há muito se tem solicitado aos professores ultrapassar os estreitos limites da sala de aula e apresentar propostas de atividades que possibilitem ao aluno analisar a produção artística e cultural através de imagens, gestos, palavras e sons, valorizando assim toda uma identidade cultural de um povo.
OBJETIVOS GERAIS :
A idéia é que os alunos encontrem diferentes caminhos para compreender e expressar suas idéias sobre temas fundamentais do mundo contemporâneo, por meio de diferentes formas de expressão - tanto as mais tradicionais, como poesia, teatro, música, quanto modalidades mais contemporâneas, como vídeos-poemas, animações e outras manifestações artísticas.
Os alunos deverão refletir sobre temas que afetam a sua própria vida, que muitas vezes parecem distantes, pois não são inseridos no mundo fechado em que vivemos, seja um determinado ambiente urbano, uma determinada classe social ou mesmo uma tribo. O objetivo é provocar os alunos a saírem de sua individualidade para manifestar suas idéias, que construam seu ponto-de-vista e que sejam capazes de apresentá-lo por diferentes caminhos.
Aquisição de conhecimentos lingüísticos por meio da leitura.
Saber diferenciar os diversos gêneros textuais.
Considerar a prática da leitura como fonte de aquisição de conduta sociais.
Conhecer os textos de acordo com a função, organização e estrutura.
Formar opinião sobre os diversos assuntos expressos nos textos lidos.
Adquirir experiências para desenvolver o imaginário por meio dos textos literários.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Propiciar o contato do aluno com diferentes obras literárias, incentivando o prazer da leitura.
Ampliar o repertório vocabular, a partir de consulta ao dicionário.
Interpretar mensagens explícitas e implícitas na obra lida.
Identificar elementos que caracterizam a narrativa.
Representar a obra por meio de exposição artística.
Montar um quadro com as características básicas do conto.
Relacionar características físicas e comportamentos das personagens para traçar seu perfil psicológico.
Observar personagem, ação, tempo e espaço na narrativa e exercitar o emprego desses elementos na produção do conto.
Produzir contos, tomando como base a noção de enredo e suas partes.
Conhecer os gêneros textuais encontrados nas revistas e nos jornais.
Possibilitar ao aluno o acesso aos meios de comunicação escrita.
Dinamizar a leitura e a escrita.
Valorizar os conhecimentos prévios do aluno, habilitando-o a expressar idéias, sentimentos e opiniões.
Propiciar ao aluno refletir e entender que a leitura pode ser fonte de informações, de prazer e de conhecimento.
Propiciar a reflexão e a análise sobre aspectos da língua e da linguagem, reconhecendo que os mesmos elementos de uma palavra falada podem ter significados diferentes na escrita.
Desenvolver a competência de identificar os pontos mais relevantes de um texto.
Expressar sentimentos, experiências, idéias e opções individuais a partir dos temas apresentados nos livros.
Conhecer as principais obras e autores da literatura clássica brasileira e universal.
Distinguir obras da literatura clássica.
Apresentar um seminário em grupo, atentando para a postura de apresentador de seminário e para as orientações relativas aos aspectos que envolvem esse gênero textual.
METODOLOGIA
ATIVIDADES PROPOSTAS:
O projeto está sendo desenvolvido em forma de oficinas interdisciplinares..
1) OFICINA DO LETRAMENTO NA SALA DE AULA (CICLO II - ÁREAS)
Como conseguir este resultado se a realização desse trabalho ficar a cargo de um só professor. O de Língua Portuguesa?
Para reverter esse quadro, na perspectiva do letramento, é necessário que todos os professores, independente da sua formação específica nas diferentes áreas do conhecimento, percebam a necessidade de se integrarem na prática escolar com o compromisso de assumir um trabalho coletivo,voltado para a formação do leitor/produtor de textos.
Os professores do ciclo II de uma escola organizada em disciplinas/áreas promovem o desenvolvimento das habilidades comuns de oralidade, leitura e escrita, como direito e compromisso de todos quando em suas aulas criam situações de aprendizagem em que os alunos são estimulados e orientados a :
- realizar leituras em diferentes gêneros textuais, com diferentes portadores e em múltiplas linguagens, nos vários níveis de capacidades de leitura: compreensão, interação e aplicação ;
- coletar, organizar e registrar informações, idéias, fatos, opiniões, conclusões, estabelecendo relações entre idéias, fatos, fenômenos..., em diferentes linguagens e gêneros;
- expor, oralmente, dúvidas, levantar hipóteses e argumentar.
O trabalho com a leitura e a produção de texto feito por todos os professores, dentro da especificidade de cada área, deve garantir a TODOS alunos não só o domínio dos conteúdos, mas ampliar o seu universo de letramento e por conseguinte a sua leitura de mundo. É importante que se dê ênfase ao trabalho com os gêneros textuais recorrentes de cada área.
Considerando que é responsabilidade de todos os professores a ampliação do letramento dos educandos na sala de aula, a superação das dificuldades que eles apresentem em leitura e produção de textos é um trabalho a ser assumido por todos. Sendo assim, é importante os professores trabalharem numa parceria que propõe encaminhamentos que promovam avanços nesse processo de letramento.
Nessa perspectiva, o trabalho do professor feito através de :
- reflexão teórico-prática sobre os processos de construção da escrita;
- oficinas de análise de relatos de prática e de estudos de casos;
- análise da produção dos alunos com o objetivo de planejar o trabalho de reescrita do texto, com a classe e/ou com o aluno;
- planejamento e organização do trabalho prevendo atividades que incluam, também, os alunos que apresentem dificuldades na leitura e na escrita,tais como: atividades diversificadas; o trabalho com a oralidade; produção de texto no coletivo; uso do dicionário; trabalho em duplas (par avançado);afixação de cartazes com as palavras mais usadas no desenvolvimento de temas ou projetos; intervenções durante o processo de registro/ escrita dos alunos...
Assim , ao levantar e analisar os indicadores que os educandos apresentam em relação às dificuldades em leitura e escrita, apontando as intervenções possíveis, a escola estará caminhando na perspectiva da construção coletiva de uma escola que ensine efetivamente a ler e escrever.
2) OFICINA: APRENDENDO COM OS DIFERENTES TIPOS DE TEXTOS
Para o Construtivismo, em relação ao processo de alfabetização, é importante que a pessoa que esteja em tal processo, seja criança, jovem ou adulto, que tenha contato com diferentes tipos de textos, tais como: histórias infantis, romances e literaturas diversas (no caso dos adolescentes e adultos), poesias, parlendas, receitas entre outros.
Por isso, é fundamental que o professor faça a leitura e apresente em sala de aula diferentes tipos de textos.
Duração das atividades: Aproximadamente 100 minutos; 02 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Colar cartazes na sala de aula com diferentes tipos de texto, como: músicas, parlendas, texto retirado de jornal, folhetos de supermercado etc.
Estratégias e recursos da aula
As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;
- uso de rádio e/ou computador com caixa de som.
AULA 1 - Atividade 1
Dispor os alunos em uma roda para que um clima de diálogo seja criado. O professor faz alguns questionamentos às crianças, como, por exemplo:
- Vocês já ouviram essa música?
- Que tipo de música vocês gostam?
Feito isso, o professor convida os alunos a ouvirem uma música, de sua escolha. É importante que ao fazer isso o professor tenha em mente seu público de alunos, se são crianças, adolescentes ou adultos.
Depois que ouvirem a música o professor faz outros questionamentos.
- Quem já conhecia esta música?
- Vocês gostaram dela?
- Vocês sabiam que toda música pode ser escrita e por isso, é um tipo de texto?
Agora, nós vamos ouvir uma história que se chama “A Primavera da Lagarta” da autora Ruth Rocha.
Apresentar o Recurso.
Recurso:
Após ouvirem o trecho da história, o professor conversa com os alunos e pergunta se elas gostaram da história, pergunta o que elas acharam mais interessante.
O professor, neste momento mostra que tanto a música que elas ouviram como a história são textos, e, que apesar de possuir algumas diferenças, são textos que podem ser escritos por um autor e lidos por diferentes leitores. Por isso é importante que na sala de aula tenha diferentes tipos de textos para auxiliar o professor na explicação e dar a oportunidade aos alunos de conhecer os exemplos.
Atividade 2
Fazer uma lista na lousa sobre os diferentes tipos de textos que as crianças conhecem. Os alunos continuam sentadas em círculo para continuar um clima de diálogo.
Se possível, mostrar às crianças, jornais, revistas, folhetos de supermercados e outros tipos de texto. É importante deixar que as crianças possam folhear os diferentes tipos de textos e falarem as diferenças que existem entre eles.
Atividade 3
Depois que as discussões sobre diferentes tipos de texto forem feitas, e quando o professor perceber que as crianças já são capazes de conhecer a diversidade de gêneros existentes, pedir para que as crianças façam um desenho, sobre a música ou sobre a história que ouviram. Cada aluno fica a vontade para escolher.
Depois disso, o professor, com o auxílio dos alunos coloca os desenhos na parede e pede para que algumas crianças voluntárias expliquem o que desenhou, se optaram por desenhar algo da música ou da história que ouviram.
Assim, o professor apresenta mais um tipo de texto, e explica que um desenho, apesar de não conter palavras, também pode ser um texto, uma vez que é capaz de transmitir uma mensagem e que as pessoas o “lêem”.
AULA 2 - Atividade 1
Ao pedir que os alunos relembrem os tipos de textos que conheceram como poesia, história, textos de jornal, desenho, música, receitas, parlenda entre outros, é importante instigá-los a escolher um tipo destes textos e escrever outro texto, uma poesia, uma receita de algo que conhece inventar uma música.
O professor pode colocar na lousa alguns exemplos destes textos e explicar a estrutura de um poema, de uma música, de uma receita, de uma história etc.
Recursos complementares
Sugere-se que o professor disponha aos alunos outros tipos de textos, conforme elencados acima - receitas, poesias, parlendas, livros de histórias infantis, folhetos de supermercados entre outros, para que a criança possa perceber os diferentes gêneros textuais que existem além de perceber que todos têm suas características peculiares e sua importância. Sugere-se ainda outros recursos para o aprofundamento do conteúdo. Tal como a leitura deste livro: FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo, Cortez, 1998.
Avaliação
A avaliação se dará de forma coletiva em todo o momento da atividade. Por isso, fazer perguntas antes da atividade, com o objetivo de fazer um diagnóstico para saber o que as crianças sabem sobre “Tipos de Textos” existentes e no final da atividade para verificar se elas aprenderam alguns exemplos. A avaliação também pode ser feita através do desenho e do texto que o aluno fez.
3) OFICINA - LEITURA, INTERPRETAÇÃO E EXPRESSÃO DA MÚSICA AQUARELA
TEMA - Leitura, interpretação e expressão da música Aquarela
INTRODUÇÃO
Apesar da importância e da necessidade cada vez maior de expressar com clareza, nota-se uma crescente desmotivação por parte dos alunos quando lhes é proposta uma atividade de leitura e produção de textos. Infelizmente, as atividades de produção de texto nas escolas são percebidas por eles como sem atrativos. Eles não vêem a importância da expressão, não a percebem como meio de contar a própria história, a sua experiência de vida, de manifestar suas idéias e a sua cidadania. Desse modo, neste trabalho, centra-se na leitura e na interpretação de textos, como fator importante para o crescimento intelectual, social e afetivo dos alunos. Ao escolhermos a música “Aquarela” como parte deste projeto, consideramos que o lúdico, o brincar, o ouvir, o desenhar, o falar e o cantar são significativas formas de produção de conhecimentos que se mostram como possibilidades que vão acontecendo e sendo construídas por cada um.
A música “Aquarela” composta por Toquinho juntamente com Vinícius de Moraes, Guido Morra e Maurício Fabrizio é uma obra importante da música popular brasileira. Ela é cantada pelo menos pela maioria dos corais das escolas, por crianças pequenas, jovens e adultos.
A música/poema associa-se ao lúdico brinca com as palavras de um modo descontraído, bom para a criança ouvir e ler. Lida com toda a ludicidade verbal, sonora, muito musical, às vezes a as palavras parecem ser descobertas por meio do jogo, vão se ligando espontaneamente, quase que como aleatórias, fazendo com que os sonhos se movam pela pelo mundo em uma viagem. Nessa brincadeira cada palavra significa mais de uma coisa ao mesmo tempo...
Aquarela resume o conceito do Mundo da Criança, transpõe a pureza do universo infantil, de uma criança disposta a conhecer e colorir o mundo, traduz com muita sensibilidade,a esperança, o desejo de paz e harmonia entre as crianças de todas as nações e mundos. A oficina objetiva estimular a evolução gradativa e a auto-expressão do aluno, de modo a obter um melhor desempenho lingüístico, visual, valorizando a produção literária na compreensão da leitura, da palavra e do mundo. Busca promover o pensamento positivo através do acesso à cultura. Une-se a isso a descoberta do valor da arte com o prazer de ouvir, cantar música e expressar seu conhecimento. articulando áreas de conhecimento como língua portuguesa, música e arte visual,, geografia, envolvendo aspectos transversais como valores humanos
METODOLOGIA
A metodologia utiliza recursos diversos para um aprendizado eficaz:
A interdisciplinaridade está presente nas atividades desenvolvidas em interação dinâmica e contínua de troca de conhecimentos em ambiente colaborativo
Valorização e estímulo da participação ativa e permanentemente do aluno, através de trabalhos e troca de modo a aplicar e compartilhar o conhecimento adquirido
Aulas expositivas dialógicas com utilização de projetores multimídia, vídeos, CD e apresentação e discussão de texto;
Trabalhos individuais e em equipe apresentadas em sala para desenvolvimento das habilidades de comunicação e expressão
Oficina integradora que busca resgatar a temática transversal, de modo a permitir ao aluno a possibilidade de síntese e novas aplicações do conhecimento construído, bem como aplicar o conhecimento adquirido
DESENVOLVIMENTO
_ Apresentação da música em CD
_ Leitura da Letra
_ Interpretação oral e escrita
_ Apresentação do clip da música Aquarela e discussão oral
_ Análise literária da música
_ Análise poética da música
_ Montagem de painel
_ Ensaio musical
_ Apresentação artística para toda a escola
AVALIAÇÃO
Na avaliação o foco não está na aprendizagem do aluno e sim no desenvolvimento de suas competências tais como: Competências pessoais como autoconhecimento, auto-estima, autoconfiança, querer-ser, autoproposição; relacionais que envolvem convívio com a diferença e com o grupo, interação, comunicação, planejamento/trabalho/decisão em grupo; cognitivas relacionadas à leitura e escrita, resolução de problemas, análise e interpretação de dados/fatos/situações, interação crítica com a mídia; Competências produtivas: criatividade, gestão e produção do conhecimento, polivalência e versatilidade.
BIBLIOGRAFIA
PERRENOUD, Philippe. Construindo competências. In Revista Nova Escola.Set./2000, p.19-31.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
REY, Bernard. As competências transversais em questão. Trad. Álvaro Lewis. Porto Alegre: ArtMed, 2002.
ProInfo: Informática e Formação de Professores, 2000.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o curríulo integrado. Trad. Cláudia Schilling. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
4) OFICINA : GINCANA LITERÁRIA
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
(José Paulo Paes)
Inicio este diálogo com você por meio da poesia de José Paulo Paes com a intenção de levá-lo a refletir sobre a leitura como uma brincadeira. É isso mesmo! Ler pode ser uma grande brincadeira de faz-deconta , de pega-pega ou de pique-esconde à medida que usamos as palavras para viajar pela imaginação, pelo mundo da fantasia, no qual tudo pode acontecer. Tudo é possível quando brincamos com as palavras e com elas construímos algo que transmita nossas emoções, medos, frustrações. Elas podem se tornar nossas amigas, companheiras, aliadas poderosas na construção do pensamento, do aprendizado e da reflexão sobre o mundo. Nesta oficina desenvolvida as leituras do mundo se estruturam em diálogos com os interesses/desejos dos estudantes e com as dificuldades/potencialidades dos mesmos.
Acredita-se que a partir da interação com jogos, os estudantes tendem a desenvolver e a aprimorar suas habilidades de leitura, visto que o brincar é prazeroso para a criança, criando um interesse pelo que está sendo feito. A leitura não deve ser identificada como um fardo, ela deve ser identificada como uma atividade que faz parte da vida tal como correr, alimentar-se, jogar ou ver televisão. É preciso construir uma ressignificação social para a linguagem escrita, pois esta não pode ser identificada apenas como algo necessário, como um instrumento de trabalho ou político, mas também como mais um caminho para a busca do prazer.
É necessário identificar a construção de conhecimento com a interação com o outro e com o prazer de experimentar novas possibilidades, sem o medo de errar.
Durante o jogo crianças e adultos simulam, experimentam possibilidades e com isso desenvolvem e ampliam seu potencial mental e suas relações sociais. Durante o brincar são articulados os processos de abstração, de criação e de interação com os múltiplos eventos da realidade. Assim, procurando trilhar um caminho no qual o aprendizado e o prazer estivessem juntos, elaboramos e desenvolvemos atividades de leitura por meio de jogos de palavras e de brincadeiras visando à formação de pessoas potentes para ler e interpretar o mundo.
OBJETIVOS:
- Oportunizar aos alunos a aproximação com a leitura por meio de jogos e brincadeiras a fim de estimular o desejo pela mesma dentro e fora da escola;
- Propiciar relações com as práticas sociais das linguagens escrita e oral, em suas diversas modalidades: imagética, sonora, signos, etc.
- Oportunizar ao aluno: o gosto e o maior envolvimento com a arte em suas diversas formas de expressão;
- Enfatizar a utilização de regras e, por meio destas, construir valores e princípios de respeito ao outro como legítimo outro.
DESENVOLVIMENTO:
1. Primeira atividade - um jogo que consiste na divisão do grupo em dois subgrupos. É um jogo com peças grandes, denominadas de casas, que formam um caminho no chão, no qual o representante de cada grupo joga um dado e anda o número de casas referente ao valor que sair na face do dado, sendo eles mesmos os pinos.
Na medida em que o jogador avançar nas casas, o subgrupo responde perguntas sobre os conteúdos escolares desenvolvidos pela professora até aquele momento, chegando até o final do percurso.
Antes de iniciar o jogo discutir e eleger com eles as regras que orientarão a brincadeira.
2. Segunda atividade - distribuir para as equipes frases de uma música em um envelope lacrado e cada equipe deverá organizar a letra da música, colando na ordem em que eles acreditavam ser a letra da música.
Após ter organizado toda a música, a equipe deverá cantar .
Subseqüentemente solicitar que a equipe faça um desenho correspondendo à releitura da música
Com tal atividade pretende-se demonstrar que a leitura pode ser realizada de diferentes maneiras e que existem diferentes gêneros textuais.
3. Terceira atividade –
Seguir o caminho do trabalho com diferentes linguagens e experimentar uma mesma história contada e vista de diversas formas.
Exibir o filme “Deu a louca na Chapeuzinho”.
Ler a história da “Chapeuzinho Vermelho” , versão tradicional.
A partir destas duas versões da história solicitar aos estudantes que produzam
Coletivamente uma outra versão sobre a “Chapeuzinho Vermelho” e que façam a ilustração do mesmo.
5) OFICINA MÁGICA DE LEITURA
JUSTIFICATIVA: As histórias como um recurso de apoio didático, nos permitem abordar conteúdos e conceitos em qualquer área e nível de aprendizagem, por tratar-se de um material comumente acessado pelos alunos para entretenimento e lazer, sendo um ótimo recurso para a alfabetização. Os textos são coloridos, curtos e sua linguagem, verbal e não verbal, são adequadas à compreensão de sua mensagem.
OBJETIVO GERAL:
Incentivar a leitura das crianças e despertar o interesse pela leitura em quadrinhos, que contém linguagem prática, colorida e com textos curtos, o que prende a atenção da criança fazendo enriquecer a sua criatividade, interpretação e fluência na leitura.
OBJETIVOS:
o Ampliar a capacidade de observação e de expressão;
o Despertar o prazer estético;
o Aguçar o senso de humor e a leitura crítica;
o Correlacionar mensagem verbal e não-verbal;
o Correlacionar cultura informal e formal;
o Conhecer e respeitar as variantes lingüísticas do português falado;
o Desvendar as formas coloquiais da linguagem;
o Produzir textos;
o Assistir o filme do Chico Bento;
o Comparar e estudar a vida no campo e a vida na cidade;
o Intercâmbio de cartas entre os alunos da Zona Rural
o Diferenciar as culturas dos alunos e do personagem;
o Estudar tipos de animais da fazenda;
o Resgatar o folclore: Brincadeiras, comidas típicas, danças, músicas...
o Preservação do meio ambiente;
o Ler gibis de histórias em quadrinhos;
o Resgatar valores de simplicidade, solidariedade, que nas cidades grandes estão sendo esquecidas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
PORTUGUÊS
• Sugestões do nome da mini-biblioteca;
• Correlação entre o texto verbal e o visual - Explorar os desenhos como elementos significativos da mensagem. (explorar a capa e histórias mudas)
• Assistir fitas de vídeo da Turma da Mônica.
• Expressão dos personagens: observação aos gestos, expressões faciais e mudanças no tom de voz dos personagens (pelo desenho das letras). Contar o que leram para a classe observando a seqüência dos acontecimentos na história.
• Descrição de personagens: Após a leitura, propomos que os alunos observem as características das personagens. (explorar valores, higiene, linguagem, cultura) - Por exemplo: a Mônica usa um vestido vermelho, é dentuça e tem um coelhinho azul de pelúcia. É muito forte, amiga da Magali, é líder da turma, mas bate nos amiguinhos; - Cascão não gosta de tomar banho, tem medo da água e é amigo inseparável do Cebolinha – Cebolinha troca de letras - Chico Bento mora no campo é humilde, gosta de levar uma vida mais natural, diferença cultural e valores.
• Leitura oral: A leitura compartilhada é um ótimo recurso para o avanço do domínio da escrita. Leitura compartilhada de vários tipos de textos.
• Estudar e investigar os tipos de balões (fala, pensamento, sonho, amor, grito, cochicho, contendo palavras ou onomatopéia ).
• Criação de diálogos: criar falas para os personagens, a partir da observação da imagem. Observar que os quadrinhos são do gênero narrativo, pois “contam” uma história inventada, com começo, meio e fim. Comparar com outros textos narrativos.
• Ortografia: Selecionar gibis do Chico Bento, desafiar os alunos a identificarem as palavras que ele “fala” errado. Explicar que a escrita depende de uma convenção, que é a ortografia, para facilitar o entendimento do que se lê. Corrigir os erros ortográficos. Podem consultar o dicionário. Elaboração de uma tabela em cartolina e expô-la para a classe.
Chico Bento Regra ortográfica
Aminhã amanhã
percurano procurando
• Reescrita da história em quadrinhos: observar a narração, travessão nas falas dos personagens.
• Produção de história em quadrinhos: (Mudando o final da história; recortar gibis e montar novas histórias; copiar a imagem de seus personagens favoritos na criação de histórias)
• Exposição dos trabalhos: A coletânea das HQs criadas pela turma podem ser organizadas em forma de gibis ou em painéis;
• Controle de empréstimos da Mini- biblioteca ;
• Elaborar um caderno de empréstimo. Cada aluno poderá levar uma quantidade estipulada de gibis para a casa, devolvê-los na data marcada.
• Ficha de controle de Leitura (colar no caderno, no final do bimestre ressaltar os alunos que leram mais quantidade. Trabalhar em Matemática – gráficos das revistinhas mais lidas, alunos e número de revistas lidas...)
Data Nome da revista ou livro Autor ou Número da revista História que mais gostou
Prêmio para o aluno que ler mais.
• Hora do conto - recomendar a revista – contar a melhor história , personagens, o que mais gostou ou o que não gostou.
• Campanha para arrecadar livros e revistas para a Mini- biblioteca.
• Pasta da leitura. Toda semana um aluno levará para casa uma revista ou livro com o caderno “Nossas Produções”, fará uma ilustração e o reconto da história lida.
MATEMÁTICA
• Contagem do acervo da Mini- biblioteca ( Gráfico e tabela)
• Controle de Retiradas: estipular as regras de empréstimo. Ao final do mês, deverão contar o número de exemplares, a quantidade de entradas, saídas e doações.
• Levantamento de dados: A cada mês podem fazer um levantamento do percentual de cada item. Após, deverão criar um gráfico dos mais lidos, alunos que leram mais.
• Leitura de gráficos e tabelas: expor a leitura do gráfico para a classe, citando se houve queda ou aumento dos livros e revistas.
• Problemas práticos. Elaborar situações problemas envolvendo o acervo da mini-biblioteca.
• Explorando as capas das revistas:
Comparar os preços e datas das revistas antigas.
6)OFICINA INTERDISCIPLINAR DESENVOLVIDA PELOS PROFESSORES EM PARCERIA COM O PROJETO SEMEANDO
1. Sol de Primavera
Composição: Beto Guedes / Ronaldo Bastos
Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...
2. TEXTO: A alma da escola
Berenice Gehlen Adams
Era uma vez uma Escola. Uma Escola que nasceu de um sonho: o sonho de tornar as pessoas capazes de viver em sociedade com amor, respeito, alegria, de forma organizada, onde cada um aprenderia a desenvolver seu potencial criativo para bem viver com todos os seres, em um ambiente saudável e feliz. Era uma Escola que educava para a vida. Nesta Escola havia muitos professores e alunos que viviam alegres e em harmonia. Uns aprendiam com os outros; todos ensinavam a todos. Aprendiam que tudo na Terra tem valor. Sempre respeitavam a todos, principalmente os mais velhos. Eram solidários, amigos e demonstravam uma grande integração e respeito ao ambiente.
Com o passar dos anos, a Escola foi crescendo e aos poucos foi mudando. Só que esta mudança não foi uma boa mudança porque os professores começaram a ficar severos, punitivos, exigentes, e tudo o que tinha valor eram notas altas, letra bonita, bom comportamento, conhecimento - quanto mais, melhor. Com isto as crianças deixaram de ser alegres e curiosas. Estudavam para tirar boas notas, escreviam bonito para agradar o professor, decoravam a matéria para provas e comportavam-se bem para evitar que chamassem os pais, para reclamações. Aqueles que não se enquadravam, passaram a ser considerados incapazes e improdutivos.
Pouco a pouco, a Escola foi ficando cada vez mais triste. Até que um dia a alma da Escola começou a chorar muito. Pois é, Escola tem alma, vocês sabem... Vendo aquela triste mudança a Escola pensou: “Tenho que fazer alguma coisa! Isto não pode continuar assim!”. Foi então que ela se lembrou do velho Sábio que morava numa montanha próxima. O Sábio conhecia a Escola desde pequenina. A Escola chamou o passarinho bem-te-vi, que voava por ali, e pediu que mandasse um recado ao Sábio. O pássaro, sem demora, voou até o alto da montanha, e com um belo, mas triste, trinado, passou ao sábio o recado.
Antes de descer a montanha, o Sábio entrou na caverna, pegou algumas sementes, enrolou-as numa folha de bananeira e seguiu em direção da Escola.
Chegando lá, o Sábio logo viu que as coisas não andavam bem. Percebeu que estava faltando, naquela Escola, o principal: o amor pela vida. Ficou observando como as crianças brincavam/brigavam e como os professores davam suas aulas. Como era um sábio, logo entendeu o por quê da Escola estar pedindo socorro. Esperou o sinal do final da aula e depois que todos haviam partido para suas casas, sentou-se no pátio e, de olhos fechados, pôs-se a conversar com a Escola.
- Querida Escola, vejo que as coisas não vão bem, mas não fique triste. Estou aqui para ajudá-la!
A Escola, então, falou:
- Sabe o que é, Sábio, não estou me sentindo muito bem. Sinto muito frio e muita tristeza, pois ninguém mais sorri como outrora. As crianças estão ficando adultas cedo demais. Brigam, competem, não lêem mais histórias e falam como se fossem “gente grande”, e o que é pior, os professores valorizam mais as crianças que se portam assim. Não estão mais preocupados em educar para a vida e sim educar para o trabalho, para o vestibular, e para melhor competir com o seu semelhante. Isto está gerando muita discórdia e ressentimento. Eles estão, professores e alunos, distanciando-se cada vez mais do ambiente e dos seres que também têm direito a vida. O que devo fazer, Sábio? Estou muito fraca e acabarei morrendo. O que restará será simplesmente um prédio frio, sem vida, sem alma, apenas um depósito de pessoas grandes e pequenas...
O Sábio, após pensar um pouco, falou:
- Este é um sério problema, Escola, mas todo problema tem solução. Trouxe comigo algumas sementes de conscientização que colhi de uma linda árvore. Elas serão espalhadas antes do início das aulas. Logo, começarás a sentir alguns efeitos. Quando as sementes começarem a brotar, professores e crianças ficarão mais sensíveis e começarão a sentir falta do contato com a natureza, do respeito, da amizade, do amor. Aos poucos passarão a perceber o que é realmente importante para a vida e tudo começará a modificar.
- Mas, Sábio, como farei isto? Como poderei espalhar as sementes?
O Sábio riu e disse:
- Não te preocupes! Deixarei as sementes no canto do telhado e pedirei ao amigo Vento para fazer isto. Durante sete dias ele soprará estas minúsculas sementes que se espalharão pelo ar e entrarão no coração de cada um. Aos poucos as sementes germinarão e frutificarão. Porém, é preciso ter paciência.
A Escola respondeu que era difícil ter paciência, mas que iria fazer um esforço, pois sabia que valeria a pena. Falou, então, ao Sábio:
- Sábio, sei que não deveria ter deixado chegar a este ponto tão crítico. Mantive meus olhos fechados por muito tempo e não estava conseguindo ver esta realidade, até que a tristeza passou a ser insuportável. Acredito que vamos conseguir, com estas sementes, trazer de volta a VIDA e o AMOR que está faltando.
E o Sábio diz:
- Escola, tenha fé e confiança. Logo, logo perceberás as mudanças. Na medida em que conhecerem melhor a si próprios, tanto professores como alunos, passarão a ver e viver com respeito por tudo e por todos. E isto sairá pelos portões afora, chegará aos lares e por fim estará em todos os lugares: fábricas, indústrias, igrejas, hospitais, parques, florestas... Agora, tenho que ir!
A Escola despede-se do Sábio com palavras de agradecimento, e de repente, chama-o de volta:
- Senhor Sábio, tenho uma pergunta! Onde conseguiste tais sementes? Que árvore tão maravilhosa é esta?
O Sábio retorna alguns passos e responde serenamente:
- Foi numa árvore especial, muito grande, muito linda, mas pouco conhecida e compreendida. É chamada Árvore da Educação Ambiental.
Daquele dia em diante, a alma da Escola voltou a sorrir...
3. MOMENTOS DE REFLEXÃO
Se a Terra falasse
Eu me chamo Terra. Tenho 4,6 bilhões de anos e abrigo centenas de milhares de seres vivos. Possuo muitas riquezas e inúmeros ecossistemas. Os oceanos cobrem cerca de dois terços de minha superfície. Sou envolvida pela atmosfera que chega a algumas centenas de quilômetros acima da minha crosta. Estou mudando constantemente desde que nasci. Por exemplo, na Era Glacial estive coberta por uma grossa camada de gelo. Houve o tempo dos Dinossauros que dominavam grande parte de meu ambiente, e que devido a mudanças naturais bruscas, não resistiram e acabaram morrendo. Apesar de todas estas mudanças, sentia-me bem, pois sabia que tudo fazia parte de um ciclo natural.
Muito tempo se passou e hoje em dia sinto-me fraca, muito fraca... Minhas florestas estão sendo destruídas por queimadas e desmatamentos, provocando inúmeras perdas de espécies animais e vegetais. Meus rios e oceanos estão sendo poluídos com lixo, dejetos e rejeitos de indústrias, e minha atmosfera está sendo danificada. O lixo acumulado demora para se decompor provocando feridas em minha crosta. Tudo está sendo destruído e só porque sou muito grande, apenas poucos acreditam que estou correndo perigo de vida, bem como todos os seres vivos que abrigo. Os próprios humanos (responsáveis por todo esse caos) sofrem de inúmeras enfermidades causadas pelo desequilíbrio ecológico, contaminação das águas, poluição, e nem por isso tomam as providências necessárias para reverter esta situação.
Eu sou o seu Planeta, o seu paraíso, presente de Deus, que lhes oferece tudo o que é necessário. Preciso da sua ajuda e peço que cuidem bem de mim plantando, reciclando, despoluindo, para que possamos viver em harmonia novamente, para que muitos animais e plantas continuem vivendo e para que as condições de vida humana melhorem, antes que seja tarde demais...
Berenice Gehlen Adams
O homem através do tempo degrada e destrói com desrespeito e irresponsabilidade, desequilibrando o meio ambiente, sem ter consciência de que as conseqüências reverterão em seu prejuízo, pondo em risco a sustentabilidade de todas as espécies.
Desmatamos para “abrir” mais espaço, destruímos fauna e flora, sem analisar as probabilidades de futuro. Desequilibramos o ambiente, com desculpa de progresso, de tecnologia. Hoje só conhecemos muito das maravilhas do mundo, através de relíquias dos antepassados (fotos, desenhos, videos). Para resgatar o que restou e preservar o que ainda existe, a ECOLOGIA propõe um trabalho sério, consciente e perseverante, plantando já a semente da consciência, sendo um longo e árduo caminho a percorrer.
Hoje muito tem se pensado em soluções para os problemas ambientais, muitos são os eventos com o objetivo de discutir os problemas ambientais, surgem sendo organizados por Universidades, Ongs, Escolas, Empresas. Pode-se, enfim dizer que algo começa a surgir, possibilitando assim agilidade na recuperação dos danos causados à natureza.
Um dos caminhos é conscientizar as comunidades desta urgência, usar a tecnologia em benefício do meio ambiente, incentivar a participação de todos com a determinação de mudar comportamentos e assim formar dentro de cada um, princípios de Cidadania Ecológica.
Embora a tecnologia seja a dinâmica do século XXI o homem precisa se conscientizar de que o equilíbrio da natureza é o grande tesouro que deixamos para as gerações futuras.
Nossa meta é a retomada da responsabilidade, do bom senso, da preservação, só assim conviveremos em PAZ COM A NATUREZA.
7) OFICINA INTERDISCIPLINAR- ESTUDO DE PLANTAS MEDICNAIS
Projeto Meio Ambiente – Sustentabilidade
JUSTIFICATIVA
O Planeta está seriamente adoecido devido a várias degradações ambientais, portanto temos o compromisso de desenvolver através de programas e projetos, valores de respeito, amor e cuidado com o meio ambiente, estando estes com uma mentalidade sustentável.
Principalmente considerando que a escola está inserida no meio rural e a sobrevivência dos alunos está diretamente relacionada a fatores ambientais.
OBJETIVO GERAL
Despertar nos alunos a consciência ecológica possibilitando que conheçam claramente o meio em que estão inseridos e saibam prevenir e solucionar danos ambientais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Propiciar medidas de ação amparadas por instituições especializadas em questões ambientais;
- Erradicar o desperdício, vivendo sustentavelmente;
- Conhecer as ervas medicinais e suas propriedades.
DESENVOLVIMENTO
- Estudos de textos relacionados às degradações ao Meio Ambiente. Trabalhando a situação atual da localidade e posteriormente do planeta.
- Visita à farmácia VERDE VIDA do Centro Universitário de Lavras e seu horto medicinal.
- Foi feito estudo das plantas medicinais existentes na região e suas propriedades, dando ênfase à calêndula, babosa, malva, barba timão e o tubérculo inhame.
- Após vivenciar as fórmulas da farmácia VERDE VIDA, os alunos juntamente com a professora de Ciências e Educação Ambiental elaboraram uma loção natural com ervas benéfica no tratamento da acne, com orientação de profissionais especializados.
- Os trabalhos foram expostos e utilizados pelos alunos.
CULMINÂNCIA
Exposição na Feira de Ciências da loção e dos estudos das Plantas Medicinais utilizadas, que ocorre anualmente na praça principal da cidade, onde todas as escolas expõem seus trabalhos.
8) OFICINA “SEMANA INTEGRADA DE VALORES HUMANOS”
V SEMANA INTEGRADA DE VALORES HUMANOS
ESCOLA: PROMOÇÃO PARA UMA VIDA MELHOR
Escola Municipal Vicentina de Abreu Silva
Lavras - MG
“FAZER DO SONHO, UMA PONTE, DA PROCURA, UM ENCONTRO.”
Nós, professores, funcionários, alunos e coordenadora da E. M. Vicentina de Abreu Silva estamos promovendo a V SEMANA INTEGRADA DE VALORES HUMANOS, que acontecerá nos dias 08 à 11 de setembro de 2009.
É com grande alegria que convidamos Vossa Senhoria para participar desse evento que tem por objetivo orientar nossas crianças e adolescentes, preparando-os para enfrentar com convicção e presteza os desafios contemporâneos, ensinando-os a se colocar, cada vez mais, como sujeitos conscientes e responsáveis no seu processo de crescimento e amadurecimento com segurança, felicidade e saúde.
PROGRAMAÇÃO
Dia 08/09/09 – terça-feira VONTADE DE VENCER
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva.
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Vanilha Aparecida dos Santos
Psicóloga e Técnica em Enfermagem
Hosana Zacaroni
Médica Veterinária
Dia 09/09/09 – quarta-feira SUPERAÇÃO
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva.
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Professor Vicente Gualberto - UFLA
Neide Souza
Dia 10/09/09 – quinta-feira COMPROMISSO
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva.
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Telma Garcia Dessimoni
Irene Alves Pádua
Maria Aparecida Vilas Boas
Professoras aposentadas das comunidades do Setor Trevo de Lavras
Dia 11/09/09 – sexta-feira DEDICAÇÃO E ALEGRIA
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Encerramento
JUSTIFICATIVA
Nos tempos atuais viver tem sido um desafio um tanto assustador, pois junto a modernidade surgiram ou tornaram evidentes vários fatores de risco como drogas, violência, doenças, dentre outros riscos que rodeiam nossas crianças, adolescentes e jovens.
Visando influenciar de maneira positiva e acompanhar o desenvolvimento das crianças, dos adolescentes e dos jovens de nossa comunidade, abordando assuntos que esclareça e o alerte para os eventos do dia a dia, fez-se necessário a elaboração deste projeto.
OBJETIVOS
- Propiciar aos alunos e comunidade palestras com temas interessantes e atuais de acordo com a necessidade mais evidente do momento;
- Esclarecer as dúvidas existentes com profissionais especializados no assunto;
- Possibilitar que os alunos conheçam experiências novas de pessoas que apresentem propostas de crescimento, respeito, cuidados, enfim dicas que proponham um desenvolvimento saudável dos indivíduos;
- Auxiliar os professores enriquecendo ainda mais sua prática diária.
DESENVOLVIMENTO
- Uma vez ao ano a escola prepara uma atividade diferenciada durante uma semana;
- Professores e funcionários escolhem um tema que esteja burlando o bom desenvolvimento, físico, emocional ou cognitivo das crianças, adolescentes e jovens;
- Em seguida faz um levantamento de profissionais especializados no assunto escolhido e os convidam para exporem seus conhecimentos aos alunos;
- Os convites são elaborados com a participação dos alunos que expressam seus talentos;
- Nas aberturas de cada palestra são feitas apresentações pelos alunos e professores relacionadas ao tema.
AVALIAÇÃO
Os alunos serão avaliados através dos questionamentos e comentários feitos após as palestras e também na mudança de comportamento no decorrer do dia a dia.
9) CULMINÂNCIA DO PROJETO
Apresentação do Telejornal Rural e Mostra dos Trabalhos
" Imagino uma escola, lugar de sonhos e fantasias, onde o corpo faminto de SABER encontre o SABOR da descoberta, o prazer de aprender..." (Rubem Alves)
PROJETO PEDAGÓGICO INTERDISCIPLINAR – LEITURA E ESCRITA
LETRAMENTO: “Imagens, gestos, palavras e sons: o possível diálogo universal”
“Ler não é caminhar e nem voar sobre as palavras. Ler é reescrever o que estamosTEMA: Leitura e escrita dos gêneros textuais encontrados na atualidade
lendo, é perceber a conexão entre o texto e o contexto e como vincula com o meu
contexto.”
(Paulo Freire)
DISCIPLINAS: Português, História, Geografia, Ciências
PÚBLICO ALVO: Alunos do 6º e 9º anos
PERÍODO: Setembro de 2009 ao final do ano letivo
JUSTIFICATIVA:
Há muito se tem solicitado aos professores ultrapassar os estreitos limites da sala de aula e apresentar propostas de atividades que possibilitem ao aluno analisar a produção artística e cultural através de imagens, gestos, palavras e sons, valorizando assim toda uma identidade cultural de um povo.
OBJETIVOS GERAIS :
A idéia é que os alunos encontrem diferentes caminhos para compreender e expressar suas idéias sobre temas fundamentais do mundo contemporâneo, por meio de diferentes formas de expressão - tanto as mais tradicionais, como poesia, teatro, música, quanto modalidades mais contemporâneas, como vídeos-poemas, animações e outras manifestações artísticas.
Os alunos deverão refletir sobre temas que afetam a sua própria vida, que muitas vezes parecem distantes, pois não são inseridos no mundo fechado em que vivemos, seja um determinado ambiente urbano, uma determinada classe social ou mesmo uma tribo. O objetivo é provocar os alunos a saírem de sua individualidade para manifestar suas idéias, que construam seu ponto-de-vista e que sejam capazes de apresentá-lo por diferentes caminhos.
Aquisição de conhecimentos lingüísticos por meio da leitura.
Saber diferenciar os diversos gêneros textuais.
Considerar a prática da leitura como fonte de aquisição de conduta sociais.
Conhecer os textos de acordo com a função, organização e estrutura.
Formar opinião sobre os diversos assuntos expressos nos textos lidos.
Adquirir experiências para desenvolver o imaginário por meio dos textos literários.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Propiciar o contato do aluno com diferentes obras literárias, incentivando o prazer da leitura.
Ampliar o repertório vocabular, a partir de consulta ao dicionário.
Interpretar mensagens explícitas e implícitas na obra lida.
Identificar elementos que caracterizam a narrativa.
Representar a obra por meio de exposição artística.
Montar um quadro com as características básicas do conto.
Relacionar características físicas e comportamentos das personagens para traçar seu perfil psicológico.
Observar personagem, ação, tempo e espaço na narrativa e exercitar o emprego desses elementos na produção do conto.
Produzir contos, tomando como base a noção de enredo e suas partes.
Conhecer os gêneros textuais encontrados nas revistas e nos jornais.
Possibilitar ao aluno o acesso aos meios de comunicação escrita.
Dinamizar a leitura e a escrita.
Valorizar os conhecimentos prévios do aluno, habilitando-o a expressar idéias, sentimentos e opiniões.
Propiciar ao aluno refletir e entender que a leitura pode ser fonte de informações, de prazer e de conhecimento.
Propiciar a reflexão e a análise sobre aspectos da língua e da linguagem, reconhecendo que os mesmos elementos de uma palavra falada podem ter significados diferentes na escrita.
Desenvolver a competência de identificar os pontos mais relevantes de um texto.
Expressar sentimentos, experiências, idéias e opções individuais a partir dos temas apresentados nos livros.
Conhecer as principais obras e autores da literatura clássica brasileira e universal.
Distinguir obras da literatura clássica.
Apresentar um seminário em grupo, atentando para a postura de apresentador de seminário e para as orientações relativas aos aspectos que envolvem esse gênero textual.
METODOLOGIA
ATIVIDADES PROPOSTAS:
O projeto está sendo desenvolvido em forma de oficinas interdisciplinares..
1) OFICINA DO LETRAMENTO NA SALA DE AULA (CICLO II - ÁREAS)
O trabalho de letramento que preconiza práticas e atividades escolares mais aproximadas das práticas sociais letradas em favor da cidadania crítica e consciente relaciona-se à visão de leitor/produtor de textos eficaz e competente da linguagem escrita, imerso em práticas sociais e em atividades de linguagem letradas, que, em diferentes situações comunicativas, utiliza-se dos gêneros do discurso para construir ou reconstruir os sentidos de textos que lê ou produz.
( Rojo,R H R)
Como conseguir este resultado se a realização desse trabalho ficar a cargo de um só professor. O de Língua Portuguesa?
Para reverter esse quadro, na perspectiva do letramento, é necessário que todos os professores, independente da sua formação específica nas diferentes áreas do conhecimento, percebam a necessidade de se integrarem na prática escolar com o compromisso de assumir um trabalho coletivo,voltado para a formação do leitor/produtor de textos.
Os professores do ciclo II de uma escola organizada em disciplinas/áreas promovem o desenvolvimento das habilidades comuns de oralidade, leitura e escrita, como direito e compromisso de todos quando em suas aulas criam situações de aprendizagem em que os alunos são estimulados e orientados a :
- realizar leituras em diferentes gêneros textuais, com diferentes portadores e em múltiplas linguagens, nos vários níveis de capacidades de leitura: compreensão, interação e aplicação ;
- coletar, organizar e registrar informações, idéias, fatos, opiniões, conclusões, estabelecendo relações entre idéias, fatos, fenômenos..., em diferentes linguagens e gêneros;
- expor, oralmente, dúvidas, levantar hipóteses e argumentar.
O trabalho com a leitura e a produção de texto feito por todos os professores, dentro da especificidade de cada área, deve garantir a TODOS alunos não só o domínio dos conteúdos, mas ampliar o seu universo de letramento e por conseguinte a sua leitura de mundo. É importante que se dê ênfase ao trabalho com os gêneros textuais recorrentes de cada área.
Considerando que é responsabilidade de todos os professores a ampliação do letramento dos educandos na sala de aula, a superação das dificuldades que eles apresentem em leitura e produção de textos é um trabalho a ser assumido por todos. Sendo assim, é importante os professores trabalharem numa parceria que propõe encaminhamentos que promovam avanços nesse processo de letramento.
Nessa perspectiva, o trabalho do professor feito através de :
- reflexão teórico-prática sobre os processos de construção da escrita;
- oficinas de análise de relatos de prática e de estudos de casos;
- análise da produção dos alunos com o objetivo de planejar o trabalho de reescrita do texto, com a classe e/ou com o aluno;
- planejamento e organização do trabalho prevendo atividades que incluam, também, os alunos que apresentem dificuldades na leitura e na escrita,tais como: atividades diversificadas; o trabalho com a oralidade; produção de texto no coletivo; uso do dicionário; trabalho em duplas (par avançado);afixação de cartazes com as palavras mais usadas no desenvolvimento de temas ou projetos; intervenções durante o processo de registro/ escrita dos alunos...
Assim , ao levantar e analisar os indicadores que os educandos apresentam em relação às dificuldades em leitura e escrita, apontando as intervenções possíveis, a escola estará caminhando na perspectiva da construção coletiva de uma escola que ensine efetivamente a ler e escrever.
2) OFICINA: APRENDENDO COM OS DIFERENTES TIPOS DE TEXTOS
Para o Construtivismo, em relação ao processo de alfabetização, é importante que a pessoa que esteja em tal processo, seja criança, jovem ou adulto, que tenha contato com diferentes tipos de textos, tais como: histórias infantis, romances e literaturas diversas (no caso dos adolescentes e adultos), poesias, parlendas, receitas entre outros.
Por isso, é fundamental que o professor faça a leitura e apresente em sala de aula diferentes tipos de textos.
Duração das atividades: Aproximadamente 100 minutos; 02 aulas.
Conhecimentos prévios trabalhados pelo professor com o aluno
Colar cartazes na sala de aula com diferentes tipos de texto, como: músicas, parlendas, texto retirado de jornal, folhetos de supermercado etc.
Estratégias e recursos da aula
As estratégias a serem utilizadas são:
- aula interativa;
- uso de rádio e/ou computador com caixa de som.
AULA 1 - Atividade 1
Dispor os alunos em uma roda para que um clima de diálogo seja criado. O professor faz alguns questionamentos às crianças, como, por exemplo:
- Vocês já ouviram essa música?
- Que tipo de música vocês gostam?
Feito isso, o professor convida os alunos a ouvirem uma música, de sua escolha. É importante que ao fazer isso o professor tenha em mente seu público de alunos, se são crianças, adolescentes ou adultos.
Depois que ouvirem a música o professor faz outros questionamentos.
- Quem já conhecia esta música?
- Vocês gostaram dela?
- Vocês sabiam que toda música pode ser escrita e por isso, é um tipo de texto?
Agora, nós vamos ouvir uma história que se chama “A Primavera da Lagarta” da autora Ruth Rocha.
Apresentar o Recurso.
Recurso:
Após ouvirem o trecho da história, o professor conversa com os alunos e pergunta se elas gostaram da história, pergunta o que elas acharam mais interessante.
O professor, neste momento mostra que tanto a música que elas ouviram como a história são textos, e, que apesar de possuir algumas diferenças, são textos que podem ser escritos por um autor e lidos por diferentes leitores. Por isso é importante que na sala de aula tenha diferentes tipos de textos para auxiliar o professor na explicação e dar a oportunidade aos alunos de conhecer os exemplos.
Atividade 2
Fazer uma lista na lousa sobre os diferentes tipos de textos que as crianças conhecem. Os alunos continuam sentadas em círculo para continuar um clima de diálogo.
Se possível, mostrar às crianças, jornais, revistas, folhetos de supermercados e outros tipos de texto. É importante deixar que as crianças possam folhear os diferentes tipos de textos e falarem as diferenças que existem entre eles.
Atividade 3
Depois que as discussões sobre diferentes tipos de texto forem feitas, e quando o professor perceber que as crianças já são capazes de conhecer a diversidade de gêneros existentes, pedir para que as crianças façam um desenho, sobre a música ou sobre a história que ouviram. Cada aluno fica a vontade para escolher.
Depois disso, o professor, com o auxílio dos alunos coloca os desenhos na parede e pede para que algumas crianças voluntárias expliquem o que desenhou, se optaram por desenhar algo da música ou da história que ouviram.
Assim, o professor apresenta mais um tipo de texto, e explica que um desenho, apesar de não conter palavras, também pode ser um texto, uma vez que é capaz de transmitir uma mensagem e que as pessoas o “lêem”.
AULA 2 - Atividade 1
Ao pedir que os alunos relembrem os tipos de textos que conheceram como poesia, história, textos de jornal, desenho, música, receitas, parlenda entre outros, é importante instigá-los a escolher um tipo destes textos e escrever outro texto, uma poesia, uma receita de algo que conhece inventar uma música.
O professor pode colocar na lousa alguns exemplos destes textos e explicar a estrutura de um poema, de uma música, de uma receita, de uma história etc.
Recursos complementares
Sugere-se que o professor disponha aos alunos outros tipos de textos, conforme elencados acima - receitas, poesias, parlendas, livros de histórias infantis, folhetos de supermercados entre outros, para que a criança possa perceber os diferentes gêneros textuais que existem além de perceber que todos têm suas características peculiares e sua importância. Sugere-se ainda outros recursos para o aprofundamento do conteúdo. Tal como a leitura deste livro: FERREIRO, E. Reflexões sobre alfabetização. São Paulo, Cortez, 1998.
Avaliação
A avaliação se dará de forma coletiva em todo o momento da atividade. Por isso, fazer perguntas antes da atividade, com o objetivo de fazer um diagnóstico para saber o que as crianças sabem sobre “Tipos de Textos” existentes e no final da atividade para verificar se elas aprenderam alguns exemplos. A avaliação também pode ser feita através do desenho e do texto que o aluno fez.
3) OFICINA - LEITURA, INTERPRETAÇÃO E EXPRESSÃO DA MÚSICA AQUARELA
TEMA - Leitura, interpretação e expressão da música Aquarela
INTRODUÇÃO
Apesar da importância e da necessidade cada vez maior de expressar com clareza, nota-se uma crescente desmotivação por parte dos alunos quando lhes é proposta uma atividade de leitura e produção de textos. Infelizmente, as atividades de produção de texto nas escolas são percebidas por eles como sem atrativos. Eles não vêem a importância da expressão, não a percebem como meio de contar a própria história, a sua experiência de vida, de manifestar suas idéias e a sua cidadania. Desse modo, neste trabalho, centra-se na leitura e na interpretação de textos, como fator importante para o crescimento intelectual, social e afetivo dos alunos. Ao escolhermos a música “Aquarela” como parte deste projeto, consideramos que o lúdico, o brincar, o ouvir, o desenhar, o falar e o cantar são significativas formas de produção de conhecimentos que se mostram como possibilidades que vão acontecendo e sendo construídas por cada um.
A música “Aquarela” composta por Toquinho juntamente com Vinícius de Moraes, Guido Morra e Maurício Fabrizio é uma obra importante da música popular brasileira. Ela é cantada pelo menos pela maioria dos corais das escolas, por crianças pequenas, jovens e adultos.
A música/poema associa-se ao lúdico brinca com as palavras de um modo descontraído, bom para a criança ouvir e ler. Lida com toda a ludicidade verbal, sonora, muito musical, às vezes a as palavras parecem ser descobertas por meio do jogo, vão se ligando espontaneamente, quase que como aleatórias, fazendo com que os sonhos se movam pela pelo mundo em uma viagem. Nessa brincadeira cada palavra significa mais de uma coisa ao mesmo tempo...
Aquarela resume o conceito do Mundo da Criança, transpõe a pureza do universo infantil, de uma criança disposta a conhecer e colorir o mundo, traduz com muita sensibilidade,a esperança, o desejo de paz e harmonia entre as crianças de todas as nações e mundos. A oficina objetiva estimular a evolução gradativa e a auto-expressão do aluno, de modo a obter um melhor desempenho lingüístico, visual, valorizando a produção literária na compreensão da leitura, da palavra e do mundo. Busca promover o pensamento positivo através do acesso à cultura. Une-se a isso a descoberta do valor da arte com o prazer de ouvir, cantar música e expressar seu conhecimento. articulando áreas de conhecimento como língua portuguesa, música e arte visual,, geografia, envolvendo aspectos transversais como valores humanos
METODOLOGIA
A metodologia utiliza recursos diversos para um aprendizado eficaz:
A interdisciplinaridade está presente nas atividades desenvolvidas em interação dinâmica e contínua de troca de conhecimentos em ambiente colaborativo
Valorização e estímulo da participação ativa e permanentemente do aluno, através de trabalhos e troca de modo a aplicar e compartilhar o conhecimento adquirido
Aulas expositivas dialógicas com utilização de projetores multimídia, vídeos, CD e apresentação e discussão de texto;
Trabalhos individuais e em equipe apresentadas em sala para desenvolvimento das habilidades de comunicação e expressão
Oficina integradora que busca resgatar a temática transversal, de modo a permitir ao aluno a possibilidade de síntese e novas aplicações do conhecimento construído, bem como aplicar o conhecimento adquirido
DESENVOLVIMENTO
_ Apresentação da música em CD
_ Leitura da Letra
_ Interpretação oral e escrita
_ Apresentação do clip da música Aquarela e discussão oral
_ Análise literária da música
_ Análise poética da música
_ Montagem de painel
_ Ensaio musical
_ Apresentação artística para toda a escola
AVALIAÇÃO
Na avaliação o foco não está na aprendizagem do aluno e sim no desenvolvimento de suas competências tais como: Competências pessoais como autoconhecimento, auto-estima, autoconfiança, querer-ser, autoproposição; relacionais que envolvem convívio com a diferença e com o grupo, interação, comunicação, planejamento/trabalho/decisão em grupo; cognitivas relacionadas à leitura e escrita, resolução de problemas, análise e interpretação de dados/fatos/situações, interação crítica com a mídia; Competências produtivas: criatividade, gestão e produção do conhecimento, polivalência e versatilidade.
BIBLIOGRAFIA
PERRENOUD, Philippe. Construindo competências. In Revista Nova Escola.Set./2000, p.19-31.
PIAGET, Jean. O nascimento da inteligência na criança. Rio de Janeiro: Zahar, 1970.
REY, Bernard. As competências transversais em questão. Trad. Álvaro Lewis. Porto Alegre: ArtMed, 2002.
ProInfo: Informática e Formação de Professores, 2000.
SANTOMÉ, Jurjo Torres. Globalização e interdisciplinaridade: o curríulo integrado. Trad. Cláudia Schilling. Porto Alegre: ArtMed, 1998.
4) OFICINA : GINCANA LITERÁRIA
Poesia
é brincar com palavras
como se brinca
com bola, papagaio, pião.
Só que bola, papagaio, pião
de tanto brincar se gastam.
As palavras não:
quanto mais se brinca com elas
mais novas ficam.
Como a água do rio
que é água sempre nova.
Como cada dia
que é sempre um novo dia.
Vamos brincar de poesia?
(José Paulo Paes)
Inicio este diálogo com você por meio da poesia de José Paulo Paes com a intenção de levá-lo a refletir sobre a leitura como uma brincadeira. É isso mesmo! Ler pode ser uma grande brincadeira de faz-deconta , de pega-pega ou de pique-esconde à medida que usamos as palavras para viajar pela imaginação, pelo mundo da fantasia, no qual tudo pode acontecer. Tudo é possível quando brincamos com as palavras e com elas construímos algo que transmita nossas emoções, medos, frustrações. Elas podem se tornar nossas amigas, companheiras, aliadas poderosas na construção do pensamento, do aprendizado e da reflexão sobre o mundo. Nesta oficina desenvolvida as leituras do mundo se estruturam em diálogos com os interesses/desejos dos estudantes e com as dificuldades/potencialidades dos mesmos.
Acredita-se que a partir da interação com jogos, os estudantes tendem a desenvolver e a aprimorar suas habilidades de leitura, visto que o brincar é prazeroso para a criança, criando um interesse pelo que está sendo feito. A leitura não deve ser identificada como um fardo, ela deve ser identificada como uma atividade que faz parte da vida tal como correr, alimentar-se, jogar ou ver televisão. É preciso construir uma ressignificação social para a linguagem escrita, pois esta não pode ser identificada apenas como algo necessário, como um instrumento de trabalho ou político, mas também como mais um caminho para a busca do prazer.
É necessário identificar a construção de conhecimento com a interação com o outro e com o prazer de experimentar novas possibilidades, sem o medo de errar.
Durante o jogo crianças e adultos simulam, experimentam possibilidades e com isso desenvolvem e ampliam seu potencial mental e suas relações sociais. Durante o brincar são articulados os processos de abstração, de criação e de interação com os múltiplos eventos da realidade. Assim, procurando trilhar um caminho no qual o aprendizado e o prazer estivessem juntos, elaboramos e desenvolvemos atividades de leitura por meio de jogos de palavras e de brincadeiras visando à formação de pessoas potentes para ler e interpretar o mundo.
OBJETIVOS:
- Oportunizar aos alunos a aproximação com a leitura por meio de jogos e brincadeiras a fim de estimular o desejo pela mesma dentro e fora da escola;
- Propiciar relações com as práticas sociais das linguagens escrita e oral, em suas diversas modalidades: imagética, sonora, signos, etc.
- Oportunizar ao aluno: o gosto e o maior envolvimento com a arte em suas diversas formas de expressão;
- Enfatizar a utilização de regras e, por meio destas, construir valores e princípios de respeito ao outro como legítimo outro.
DESENVOLVIMENTO:
1. Primeira atividade - um jogo que consiste na divisão do grupo em dois subgrupos. É um jogo com peças grandes, denominadas de casas, que formam um caminho no chão, no qual o representante de cada grupo joga um dado e anda o número de casas referente ao valor que sair na face do dado, sendo eles mesmos os pinos.
Na medida em que o jogador avançar nas casas, o subgrupo responde perguntas sobre os conteúdos escolares desenvolvidos pela professora até aquele momento, chegando até o final do percurso.
Antes de iniciar o jogo discutir e eleger com eles as regras que orientarão a brincadeira.
2. Segunda atividade - distribuir para as equipes frases de uma música em um envelope lacrado e cada equipe deverá organizar a letra da música, colando na ordem em que eles acreditavam ser a letra da música.
Após ter organizado toda a música, a equipe deverá cantar .
Subseqüentemente solicitar que a equipe faça um desenho correspondendo à releitura da música
Com tal atividade pretende-se demonstrar que a leitura pode ser realizada de diferentes maneiras e que existem diferentes gêneros textuais.
3. Terceira atividade –
Seguir o caminho do trabalho com diferentes linguagens e experimentar uma mesma história contada e vista de diversas formas.
Exibir o filme “Deu a louca na Chapeuzinho”.
Ler a história da “Chapeuzinho Vermelho” , versão tradicional.
A partir destas duas versões da história solicitar aos estudantes que produzam
Coletivamente uma outra versão sobre a “Chapeuzinho Vermelho” e que façam a ilustração do mesmo.
5) OFICINA MÁGICA DE LEITURA
JUSTIFICATIVA: As histórias como um recurso de apoio didático, nos permitem abordar conteúdos e conceitos em qualquer área e nível de aprendizagem, por tratar-se de um material comumente acessado pelos alunos para entretenimento e lazer, sendo um ótimo recurso para a alfabetização. Os textos são coloridos, curtos e sua linguagem, verbal e não verbal, são adequadas à compreensão de sua mensagem.
OBJETIVO GERAL:
Incentivar a leitura das crianças e despertar o interesse pela leitura em quadrinhos, que contém linguagem prática, colorida e com textos curtos, o que prende a atenção da criança fazendo enriquecer a sua criatividade, interpretação e fluência na leitura.
OBJETIVOS:
o Ampliar a capacidade de observação e de expressão;
o Despertar o prazer estético;
o Aguçar o senso de humor e a leitura crítica;
o Correlacionar mensagem verbal e não-verbal;
o Correlacionar cultura informal e formal;
o Conhecer e respeitar as variantes lingüísticas do português falado;
o Desvendar as formas coloquiais da linguagem;
o Produzir textos;
o Assistir o filme do Chico Bento;
o Comparar e estudar a vida no campo e a vida na cidade;
o Intercâmbio de cartas entre os alunos da Zona Rural
o Diferenciar as culturas dos alunos e do personagem;
o Estudar tipos de animais da fazenda;
o Resgatar o folclore: Brincadeiras, comidas típicas, danças, músicas...
o Preservação do meio ambiente;
o Ler gibis de histórias em quadrinhos;
o Resgatar valores de simplicidade, solidariedade, que nas cidades grandes estão sendo esquecidas.
SUGESTÕES DE ATIVIDADES:
PORTUGUÊS
• Sugestões do nome da mini-biblioteca;
• Correlação entre o texto verbal e o visual - Explorar os desenhos como elementos significativos da mensagem. (explorar a capa e histórias mudas)
• Assistir fitas de vídeo da Turma da Mônica.
• Expressão dos personagens: observação aos gestos, expressões faciais e mudanças no tom de voz dos personagens (pelo desenho das letras). Contar o que leram para a classe observando a seqüência dos acontecimentos na história.
• Descrição de personagens: Após a leitura, propomos que os alunos observem as características das personagens. (explorar valores, higiene, linguagem, cultura) - Por exemplo: a Mônica usa um vestido vermelho, é dentuça e tem um coelhinho azul de pelúcia. É muito forte, amiga da Magali, é líder da turma, mas bate nos amiguinhos; - Cascão não gosta de tomar banho, tem medo da água e é amigo inseparável do Cebolinha – Cebolinha troca de letras - Chico Bento mora no campo é humilde, gosta de levar uma vida mais natural, diferença cultural e valores.
• Leitura oral: A leitura compartilhada é um ótimo recurso para o avanço do domínio da escrita. Leitura compartilhada de vários tipos de textos.
• Estudar e investigar os tipos de balões (fala, pensamento, sonho, amor, grito, cochicho, contendo palavras ou onomatopéia ).
• Criação de diálogos: criar falas para os personagens, a partir da observação da imagem. Observar que os quadrinhos são do gênero narrativo, pois “contam” uma história inventada, com começo, meio e fim. Comparar com outros textos narrativos.
• Ortografia: Selecionar gibis do Chico Bento, desafiar os alunos a identificarem as palavras que ele “fala” errado. Explicar que a escrita depende de uma convenção, que é a ortografia, para facilitar o entendimento do que se lê. Corrigir os erros ortográficos. Podem consultar o dicionário. Elaboração de uma tabela em cartolina e expô-la para a classe.
Chico Bento Regra ortográfica
Aminhã amanhã
percurano procurando
• Reescrita da história em quadrinhos: observar a narração, travessão nas falas dos personagens.
• Produção de história em quadrinhos: (Mudando o final da história; recortar gibis e montar novas histórias; copiar a imagem de seus personagens favoritos na criação de histórias)
• Exposição dos trabalhos: A coletânea das HQs criadas pela turma podem ser organizadas em forma de gibis ou em painéis;
• Controle de empréstimos da Mini- biblioteca ;
• Elaborar um caderno de empréstimo. Cada aluno poderá levar uma quantidade estipulada de gibis para a casa, devolvê-los na data marcada.
• Ficha de controle de Leitura (colar no caderno, no final do bimestre ressaltar os alunos que leram mais quantidade. Trabalhar em Matemática – gráficos das revistinhas mais lidas, alunos e número de revistas lidas...)
Data Nome da revista ou livro Autor ou Número da revista História que mais gostou
Prêmio para o aluno que ler mais.
• Hora do conto - recomendar a revista – contar a melhor história , personagens, o que mais gostou ou o que não gostou.
• Campanha para arrecadar livros e revistas para a Mini- biblioteca.
• Pasta da leitura. Toda semana um aluno levará para casa uma revista ou livro com o caderno “Nossas Produções”, fará uma ilustração e o reconto da história lida.
MATEMÁTICA
• Contagem do acervo da Mini- biblioteca ( Gráfico e tabela)
• Controle de Retiradas: estipular as regras de empréstimo. Ao final do mês, deverão contar o número de exemplares, a quantidade de entradas, saídas e doações.
• Levantamento de dados: A cada mês podem fazer um levantamento do percentual de cada item. Após, deverão criar um gráfico dos mais lidos, alunos que leram mais.
• Leitura de gráficos e tabelas: expor a leitura do gráfico para a classe, citando se houve queda ou aumento dos livros e revistas.
• Problemas práticos. Elaborar situações problemas envolvendo o acervo da mini-biblioteca.
• Explorando as capas das revistas:
Comparar os preços e datas das revistas antigas.
6)OFICINA INTERDISCIPLINAR DESENVOLVIDA PELOS PROFESSORES EM PARCERIA COM O PROJETO SEMEANDO
1. Sol de Primavera
Composição: Beto Guedes / Ronaldo Bastos
Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
a lição sabemos de cor
só nos resta aprender...
2. TEXTO: A alma da escola
Berenice Gehlen Adams
Era uma vez uma Escola. Uma Escola que nasceu de um sonho: o sonho de tornar as pessoas capazes de viver em sociedade com amor, respeito, alegria, de forma organizada, onde cada um aprenderia a desenvolver seu potencial criativo para bem viver com todos os seres, em um ambiente saudável e feliz. Era uma Escola que educava para a vida. Nesta Escola havia muitos professores e alunos que viviam alegres e em harmonia. Uns aprendiam com os outros; todos ensinavam a todos. Aprendiam que tudo na Terra tem valor. Sempre respeitavam a todos, principalmente os mais velhos. Eram solidários, amigos e demonstravam uma grande integração e respeito ao ambiente.
Com o passar dos anos, a Escola foi crescendo e aos poucos foi mudando. Só que esta mudança não foi uma boa mudança porque os professores começaram a ficar severos, punitivos, exigentes, e tudo o que tinha valor eram notas altas, letra bonita, bom comportamento, conhecimento - quanto mais, melhor. Com isto as crianças deixaram de ser alegres e curiosas. Estudavam para tirar boas notas, escreviam bonito para agradar o professor, decoravam a matéria para provas e comportavam-se bem para evitar que chamassem os pais, para reclamações. Aqueles que não se enquadravam, passaram a ser considerados incapazes e improdutivos.
Pouco a pouco, a Escola foi ficando cada vez mais triste. Até que um dia a alma da Escola começou a chorar muito. Pois é, Escola tem alma, vocês sabem... Vendo aquela triste mudança a Escola pensou: “Tenho que fazer alguma coisa! Isto não pode continuar assim!”. Foi então que ela se lembrou do velho Sábio que morava numa montanha próxima. O Sábio conhecia a Escola desde pequenina. A Escola chamou o passarinho bem-te-vi, que voava por ali, e pediu que mandasse um recado ao Sábio. O pássaro, sem demora, voou até o alto da montanha, e com um belo, mas triste, trinado, passou ao sábio o recado.
Antes de descer a montanha, o Sábio entrou na caverna, pegou algumas sementes, enrolou-as numa folha de bananeira e seguiu em direção da Escola.
Chegando lá, o Sábio logo viu que as coisas não andavam bem. Percebeu que estava faltando, naquela Escola, o principal: o amor pela vida. Ficou observando como as crianças brincavam/brigavam e como os professores davam suas aulas. Como era um sábio, logo entendeu o por quê da Escola estar pedindo socorro. Esperou o sinal do final da aula e depois que todos haviam partido para suas casas, sentou-se no pátio e, de olhos fechados, pôs-se a conversar com a Escola.
- Querida Escola, vejo que as coisas não vão bem, mas não fique triste. Estou aqui para ajudá-la!
A Escola, então, falou:
- Sabe o que é, Sábio, não estou me sentindo muito bem. Sinto muito frio e muita tristeza, pois ninguém mais sorri como outrora. As crianças estão ficando adultas cedo demais. Brigam, competem, não lêem mais histórias e falam como se fossem “gente grande”, e o que é pior, os professores valorizam mais as crianças que se portam assim. Não estão mais preocupados em educar para a vida e sim educar para o trabalho, para o vestibular, e para melhor competir com o seu semelhante. Isto está gerando muita discórdia e ressentimento. Eles estão, professores e alunos, distanciando-se cada vez mais do ambiente e dos seres que também têm direito a vida. O que devo fazer, Sábio? Estou muito fraca e acabarei morrendo. O que restará será simplesmente um prédio frio, sem vida, sem alma, apenas um depósito de pessoas grandes e pequenas...
O Sábio, após pensar um pouco, falou:
- Este é um sério problema, Escola, mas todo problema tem solução. Trouxe comigo algumas sementes de conscientização que colhi de uma linda árvore. Elas serão espalhadas antes do início das aulas. Logo, começarás a sentir alguns efeitos. Quando as sementes começarem a brotar, professores e crianças ficarão mais sensíveis e começarão a sentir falta do contato com a natureza, do respeito, da amizade, do amor. Aos poucos passarão a perceber o que é realmente importante para a vida e tudo começará a modificar.
- Mas, Sábio, como farei isto? Como poderei espalhar as sementes?
O Sábio riu e disse:
- Não te preocupes! Deixarei as sementes no canto do telhado e pedirei ao amigo Vento para fazer isto. Durante sete dias ele soprará estas minúsculas sementes que se espalharão pelo ar e entrarão no coração de cada um. Aos poucos as sementes germinarão e frutificarão. Porém, é preciso ter paciência.
A Escola respondeu que era difícil ter paciência, mas que iria fazer um esforço, pois sabia que valeria a pena. Falou, então, ao Sábio:
- Sábio, sei que não deveria ter deixado chegar a este ponto tão crítico. Mantive meus olhos fechados por muito tempo e não estava conseguindo ver esta realidade, até que a tristeza passou a ser insuportável. Acredito que vamos conseguir, com estas sementes, trazer de volta a VIDA e o AMOR que está faltando.
E o Sábio diz:
- Escola, tenha fé e confiança. Logo, logo perceberás as mudanças. Na medida em que conhecerem melhor a si próprios, tanto professores como alunos, passarão a ver e viver com respeito por tudo e por todos. E isto sairá pelos portões afora, chegará aos lares e por fim estará em todos os lugares: fábricas, indústrias, igrejas, hospitais, parques, florestas... Agora, tenho que ir!
A Escola despede-se do Sábio com palavras de agradecimento, e de repente, chama-o de volta:
- Senhor Sábio, tenho uma pergunta! Onde conseguiste tais sementes? Que árvore tão maravilhosa é esta?
O Sábio retorna alguns passos e responde serenamente:
- Foi numa árvore especial, muito grande, muito linda, mas pouco conhecida e compreendida. É chamada Árvore da Educação Ambiental.
Daquele dia em diante, a alma da Escola voltou a sorrir...
3. MOMENTOS DE REFLEXÃO
Se a Terra falasse
Eu me chamo Terra. Tenho 4,6 bilhões de anos e abrigo centenas de milhares de seres vivos. Possuo muitas riquezas e inúmeros ecossistemas. Os oceanos cobrem cerca de dois terços de minha superfície. Sou envolvida pela atmosfera que chega a algumas centenas de quilômetros acima da minha crosta. Estou mudando constantemente desde que nasci. Por exemplo, na Era Glacial estive coberta por uma grossa camada de gelo. Houve o tempo dos Dinossauros que dominavam grande parte de meu ambiente, e que devido a mudanças naturais bruscas, não resistiram e acabaram morrendo. Apesar de todas estas mudanças, sentia-me bem, pois sabia que tudo fazia parte de um ciclo natural.
Muito tempo se passou e hoje em dia sinto-me fraca, muito fraca... Minhas florestas estão sendo destruídas por queimadas e desmatamentos, provocando inúmeras perdas de espécies animais e vegetais. Meus rios e oceanos estão sendo poluídos com lixo, dejetos e rejeitos de indústrias, e minha atmosfera está sendo danificada. O lixo acumulado demora para se decompor provocando feridas em minha crosta. Tudo está sendo destruído e só porque sou muito grande, apenas poucos acreditam que estou correndo perigo de vida, bem como todos os seres vivos que abrigo. Os próprios humanos (responsáveis por todo esse caos) sofrem de inúmeras enfermidades causadas pelo desequilíbrio ecológico, contaminação das águas, poluição, e nem por isso tomam as providências necessárias para reverter esta situação.
Eu sou o seu Planeta, o seu paraíso, presente de Deus, que lhes oferece tudo o que é necessário. Preciso da sua ajuda e peço que cuidem bem de mim plantando, reciclando, despoluindo, para que possamos viver em harmonia novamente, para que muitos animais e plantas continuem vivendo e para que as condições de vida humana melhorem, antes que seja tarde demais...
Berenice Gehlen Adams
O homem através do tempo degrada e destrói com desrespeito e irresponsabilidade, desequilibrando o meio ambiente, sem ter consciência de que as conseqüências reverterão em seu prejuízo, pondo em risco a sustentabilidade de todas as espécies.
Desmatamos para “abrir” mais espaço, destruímos fauna e flora, sem analisar as probabilidades de futuro. Desequilibramos o ambiente, com desculpa de progresso, de tecnologia. Hoje só conhecemos muito das maravilhas do mundo, através de relíquias dos antepassados (fotos, desenhos, videos). Para resgatar o que restou e preservar o que ainda existe, a ECOLOGIA propõe um trabalho sério, consciente e perseverante, plantando já a semente da consciência, sendo um longo e árduo caminho a percorrer.
Hoje muito tem se pensado em soluções para os problemas ambientais, muitos são os eventos com o objetivo de discutir os problemas ambientais, surgem sendo organizados por Universidades, Ongs, Escolas, Empresas. Pode-se, enfim dizer que algo começa a surgir, possibilitando assim agilidade na recuperação dos danos causados à natureza.
Um dos caminhos é conscientizar as comunidades desta urgência, usar a tecnologia em benefício do meio ambiente, incentivar a participação de todos com a determinação de mudar comportamentos e assim formar dentro de cada um, princípios de Cidadania Ecológica.
Embora a tecnologia seja a dinâmica do século XXI o homem precisa se conscientizar de que o equilíbrio da natureza é o grande tesouro que deixamos para as gerações futuras.
Nossa meta é a retomada da responsabilidade, do bom senso, da preservação, só assim conviveremos em PAZ COM A NATUREZA.
7) OFICINA INTERDISCIPLINAR- ESTUDO DE PLANTAS MEDICNAIS
Projeto Meio Ambiente – Sustentabilidade
JUSTIFICATIVA
O Planeta está seriamente adoecido devido a várias degradações ambientais, portanto temos o compromisso de desenvolver através de programas e projetos, valores de respeito, amor e cuidado com o meio ambiente, estando estes com uma mentalidade sustentável.
Principalmente considerando que a escola está inserida no meio rural e a sobrevivência dos alunos está diretamente relacionada a fatores ambientais.
OBJETIVO GERAL
Despertar nos alunos a consciência ecológica possibilitando que conheçam claramente o meio em que estão inseridos e saibam prevenir e solucionar danos ambientais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Propiciar medidas de ação amparadas por instituições especializadas em questões ambientais;
- Erradicar o desperdício, vivendo sustentavelmente;
- Conhecer as ervas medicinais e suas propriedades.
DESENVOLVIMENTO
- Estudos de textos relacionados às degradações ao Meio Ambiente. Trabalhando a situação atual da localidade e posteriormente do planeta.
- Visita à farmácia VERDE VIDA do Centro Universitário de Lavras e seu horto medicinal.
- Foi feito estudo das plantas medicinais existentes na região e suas propriedades, dando ênfase à calêndula, babosa, malva, barba timão e o tubérculo inhame.
- Após vivenciar as fórmulas da farmácia VERDE VIDA, os alunos juntamente com a professora de Ciências e Educação Ambiental elaboraram uma loção natural com ervas benéfica no tratamento da acne, com orientação de profissionais especializados.
- Os trabalhos foram expostos e utilizados pelos alunos.
CULMINÂNCIA
Exposição na Feira de Ciências da loção e dos estudos das Plantas Medicinais utilizadas, que ocorre anualmente na praça principal da cidade, onde todas as escolas expõem seus trabalhos.
8) OFICINA “SEMANA INTEGRADA DE VALORES HUMANOS”
V SEMANA INTEGRADA DE VALORES HUMANOS
ESCOLA: PROMOÇÃO PARA UMA VIDA MELHOR
Escola Municipal Vicentina de Abreu Silva
Lavras - MG
“FAZER DO SONHO, UMA PONTE, DA PROCURA, UM ENCONTRO.”
Nós, professores, funcionários, alunos e coordenadora da E. M. Vicentina de Abreu Silva estamos promovendo a V SEMANA INTEGRADA DE VALORES HUMANOS, que acontecerá nos dias 08 à 11 de setembro de 2009.
É com grande alegria que convidamos Vossa Senhoria para participar desse evento que tem por objetivo orientar nossas crianças e adolescentes, preparando-os para enfrentar com convicção e presteza os desafios contemporâneos, ensinando-os a se colocar, cada vez mais, como sujeitos conscientes e responsáveis no seu processo de crescimento e amadurecimento com segurança, felicidade e saúde.
PROGRAMAÇÃO
Dia 08/09/09 – terça-feira VONTADE DE VENCER
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva.
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Vanilha Aparecida dos Santos
Psicóloga e Técnica em Enfermagem
Hosana Zacaroni
Médica Veterinária
Dia 09/09/09 – quarta-feira SUPERAÇÃO
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva.
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Professor Vicente Gualberto - UFLA
Neide Souza
Dia 10/09/09 – quinta-feira COMPROMISSO
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva.
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Telma Garcia Dessimoni
Irene Alves Pádua
Maria Aparecida Vilas Boas
Professoras aposentadas das comunidades do Setor Trevo de Lavras
Dia 11/09/09 – sexta-feira DEDICAÇÃO E ALEGRIA
Local: E. M. Vicentina de Abreu Silva
Horário: 9h 30 min às 11h 15 min
Palestrantes: Encerramento
JUSTIFICATIVA
Nos tempos atuais viver tem sido um desafio um tanto assustador, pois junto a modernidade surgiram ou tornaram evidentes vários fatores de risco como drogas, violência, doenças, dentre outros riscos que rodeiam nossas crianças, adolescentes e jovens.
Visando influenciar de maneira positiva e acompanhar o desenvolvimento das crianças, dos adolescentes e dos jovens de nossa comunidade, abordando assuntos que esclareça e o alerte para os eventos do dia a dia, fez-se necessário a elaboração deste projeto.
OBJETIVOS
- Propiciar aos alunos e comunidade palestras com temas interessantes e atuais de acordo com a necessidade mais evidente do momento;
- Esclarecer as dúvidas existentes com profissionais especializados no assunto;
- Possibilitar que os alunos conheçam experiências novas de pessoas que apresentem propostas de crescimento, respeito, cuidados, enfim dicas que proponham um desenvolvimento saudável dos indivíduos;
- Auxiliar os professores enriquecendo ainda mais sua prática diária.
DESENVOLVIMENTO
- Uma vez ao ano a escola prepara uma atividade diferenciada durante uma semana;
- Professores e funcionários escolhem um tema que esteja burlando o bom desenvolvimento, físico, emocional ou cognitivo das crianças, adolescentes e jovens;
- Em seguida faz um levantamento de profissionais especializados no assunto escolhido e os convidam para exporem seus conhecimentos aos alunos;
- Os convites são elaborados com a participação dos alunos que expressam seus talentos;
- Nas aberturas de cada palestra são feitas apresentações pelos alunos e professores relacionadas ao tema.
AVALIAÇÃO
Os alunos serão avaliados através dos questionamentos e comentários feitos após as palestras e também na mudança de comportamento no decorrer do dia a dia.
9) CULMINÂNCIA DO PROJETO
Apresentação do Telejornal Rural e Mostra dos Trabalhos
" Imagino uma escola, lugar de sonhos e fantasias, onde o corpo faminto de SABER encontre o SABOR da descoberta, o prazer de aprender..." (Rubem Alves)
OFICINA 12 – UNIDADES 23 E 24– TP 6 – LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II
OFICINA 12 – UNIDADES 23 E 24– TP 6 – LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II
OBJETIVOS:
- Rever as questões principais da escrita e da reescrita de textos;
- Rever e sistematizar as informações e discussões essenciais em torno da literatura para adolescentes;
- Planejar e desenvolver atividades de leitura literária para alunos adolescentes.
PARTE I
- Rever as questões principais da escrita e da reescrita de textos.
A escrita é compreendida como uma linguagem em si que está relacionada às práticas orais e de leitura. Passa a ser vista como uma transcrição da fala apenas nos primeiros momentos de seu aprendizado e desenvolvimento e em algumas situações, como por exemplo: quando um cientista transcreve a fala de um participante da pesquisa para ser analisada e induzida num texto.
Um dos elementos chave para o desenvolvimento do escritor maduro é que descubra a função comunicativa da escrita. A escrita age sobre o leitor e é um instrumento para dirigir, informar, divertir, emocionar, persuadir o outro interlocutor e argumentar com ele.
Quando se pratica a escrita e reescrita de textos, descobrimos que o autor deve considerar a situação sociocomunicativa em que desenvolverá o texto para começar a projetar a reação do leitor.
É necessário trabalhar a escrita de um texto ao longo de uma série de aulas: iniciando por atividades de leitura e pesquisa que poderiam ajudar na escrita do texto( pré- escrita), diferentes atividades de planejamento, escrita e de revisão.As atividades devem ser motivadoras para o aluno, para que ele se sinta estimulado e envolvido nas atividades.
Além de organizar momentos de discussão e aprendizagem conjunta (construção dos andaimes- na medida em que o professor vai avaliando que o aluno está aprendendo, vai retirando a ajuda e deixando que o aluno resolva a atividade sozinho), devem-se ter regras claras para se manter um ritmo(negociar cronograma flexível com os alunos).
- A oralidade e a diversidade cultural do aluno. Como proceder
A escola recebe alunos de todos os lugares e crenças. Em um local de imensa diversidade cultural é necessário respeitar a originalidade, o modo de ser e falar de cada um; e ao mesmo tempo deixar claro que na sociedade circulam inúmeros textos e que existe uma norma padrão que deve ser seguida por todos para uma melhor comunicação e entendimento de todos.
Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocemente envelhecido, a crua recordação de um episódio que parecia tão banal... Tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era para mim que o pano de fundo de um drama estúpido e trágico.
As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêneas, retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz.
- Por que você faltou esses dias todos?
- É que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda. Risadinhas da turma.
- Não se diz "nóis mudemo", menino! A gente deve dizer: nós mudamos, tá?
-Tá, fessora!
'No recreio, as chacotas dos colegas: Oi, nóis mudemo! Até amanhã, nóis mudemo! No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações.
- Pai, não vô mais pra escola!
- Oxente! Módi quê?
Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse:
- Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa! Não liga pras gozações da mininada! Logo eles esquece.
Não esqueceram.
Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta de que eu nem sabia o nome dele. Procurei no diário de classe e soube que se chamava Lúcio - Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Longe, um dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapazola tinha partido no dia anterior para a casa de um tio, no sul do Pará.
- É, professora, meu fio não aguentou as gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continua, mas não teve jeito. Ele tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia di té ficado na fazenda côa famia. Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala tudo errado.
Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi.
O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos de minha parte.
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar o ônibus, quando alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com aparência doentia.
- O que é, moço?
- A senhora não se lembra de mim, fessora?
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de sacerdócio, digo, de magistério. Tudo escuro.
- Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde? Foi meu aluno? Como se chama?
Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:
- Eu sou "Nóis mudemo”, lembra?
Comecei a tremer.
- Sim, moço. Agora lembro, Como era mesmo seu nome?
- Lúcio - Lúcio Rodrigues Barbosa.
- O que aconteceu com você?
- O que aconteceu ? Ah! fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu . Comi o pão que o diabo amasso. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui bóia fria, um "gato" me arrecadou e levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. Lá trabaiei como escravo, passei fome, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo quanto é doença. Até na cadeia já fui para. Nóis ignorante às veis fais coisa sem querê fazé. A escola fais uma farta danada. Eu não devia de té saído daquele jeito, fessora, mas não aguentei as gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui fala direito. Ainda hoje não sei.
- Meu Deus!
Aquela revelação me virou pelo avesso. Foi demais para mim. Descontrolada comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e má? E abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que me olhava atarantado.
O ônibus buzinou com insistência.
- O rapaz afastou-me de si suavemente.
- Chora não, fessora! A senhora não tem curpa.
Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu!
Entrei no ônibus apinhado. Cem olhos eram cem flechas vingadoras apontadas para mim. O ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. Eu era uma assassina a caminho da guilhotina.
Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, ele muda, nós mudamos, mudamos, mudaamoos, mudaaamooos... Super usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna - a língua que a criança aprendeu com seus pais e irmãos e colegas
- e se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.
E os lúcios da vida, os milhares de lúcios da periferia e do interior, barrados nas salas de aula: "Não é assim que se diz, menino!" Como se o professor quisesse dizer: "Você está errado! Os seu s pais estão errados! Seus irmãos e amigos e vizinhos estão errados! A certa sou eu! Imite-me! Copie-me! Fale como eu ! Você não seja você! Renegue suas raízes! Diminua-se! Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra!"
E siga desarmado para o matadouro.
- Literatura para adolescentes: uma questão de hábito, de acervo adequado da escola, ou de incentivo docente e familiar?
Penso que quando a leitura ganha o caráter de tarefa, de obrigação, acaba perdendo o encanto. Cabe à escola estimular o hábito da mesma, enriquecendo o acervo de letras e proporcionando um tempo específico para estimular o contato com os livros.
Crianças que adquirem o hábito de leitura geralmente o fazem por exemplo (influência) de pais ou professores.Quando o incentivo ocorre dentro de casa é muito difícil deixar o hábito de lado, mesmo depois de acabada a idade escolar.
Pais que presenteiam as crianças com livros ou assinaturas de histórias em quadrinhos, que levam os pequenos desde cedo às bibliotecas, aos locais onde se apresentam contadores de histórias, que estimulam seus filhos à confecção de carteirinhas e empréstimos de livros são um claro exemplo de pais que estimulam seus filhos ao hábito de leitura.
“Já sonhamos juntos semeando as canções no vento, quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar. Já choramos muito, muitos se perderam no caminho, mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer SOL DE PRIMAVERA” (GUEDES,1980).
Vivemos um tempo de comunicação rápida, de profusão de imagens, de linguagem sintética, de novas formas de organização de mensagens verbais ou não verbais.
Essas transformações na comunicação exigem dos indivíduos, cada vez mais, o pleno domínio de diferentes linguagens.
Nos dias de hoje, interagir com diversas linguagens é não apenas condição de comunicabilidade, mas também condição de apropriação de conhecimentos. O domínio das formas de comunicação é condição para uma atuação autônoma e cidadã na sociedade.
O GESTAR II proporciona ao professor e ao aluno uma forma diferente de aplicação de textos sociais nas linguagens oral e escrita, pois é um estímulo a novas descobertas.sendo um programa inovador e dinâmico, proporciona momentos de reflexão entre a teoria e prática cujo resultado são aulas dinâmicas e alegres.
Percebi uma mudança radical de postura na minha prática de sala de aula desde que conheci o GESTAR II.As aulas que preparo hoje são mais lúdicas e interativas.Os meus alunos agora sentem prazer em brincar com a língua, sentem necessidade de saltar para dentro do navio da aventura das palavras e navegar por prazer apenas para conhecer o sabor de um passeio fantástico pelo mundo dos textos.
Com o GESTAR II compreendi que o verdadeiro objetivo do trabalho com a Língua Portuguesa é a boa produção e compreensão dos textos. Assim, é a gramática que deve ser vir à compreensão do texto literário e facilitar sua produção.
Considero o GESTAR II uma âncora que me proporciona mergulhos seguros no texto e em sua lógica, pois é ele (GESTAR II) que me proporciona a segurança na leitura e oralidade dos alunos, transformando-os em cidadãos críticos, participativos, interessados e totalmente envolvidos no trabalho.
Enfim, o GESTAR II abriu portas para a criatividade, a fantasia, a alegria ao aliar teoria e prática de forma dinâmica e voltada para a realidade das novas escolas.
Finalizo com as palavras de Drummond:
“(...) O português são dois; o outro, mistério.”
PARTE III
LIVRO: A TROCA
Pra mim, livro é vida; desde muito pequena os livros me deram casa e comida. Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro. De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação. Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim cheia me levava prá morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava. Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas - é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava. Mas como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei de um dia alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com outros e levatar a casa onde ela vai morar.
Lygia Bojunga Nunes
1. Pluft, o fantasminha – narrar o primeiro encontro entre Pluft e Maribel
2. O gato malhado e a andorinha sinhá – comentar sobre as histórias de amor impossíveis; ler o primeiro capítulo para a classe.
3. Felpo Filva – descrever personagens principais
4. O pequeno príncipe - relatar como o principezinho vivia
5.Admirável mundo louco – criar suspense em torno da impressão de seres que visitariam o planeta terra pela primeira vez .
6. Bisa Bia Bisa Bel – levar para a classe uma foto antiga de uma avó e dar asas á imaginação, pensando em como seria o reencontro de uma garota e sua bisavó.
O PROCESSO DE PRODUÇÃO TEXTUAL: REVISÃO E EDIÇÃO
LITERATURA PARA ADOLESCENTES
- Rever as questões principais da escrita e da reescrita de textos;
- Rever e sistematizar as informações e discussões essenciais em torno da literatura para adolescentes;
- Planejar e desenvolver atividades de leitura literária para alunos adolescentes.
PARTE I
- Rever as questões principais da escrita e da reescrita de textos.
A escrita é compreendida como uma linguagem em si que está relacionada às práticas orais e de leitura. Passa a ser vista como uma transcrição da fala apenas nos primeiros momentos de seu aprendizado e desenvolvimento e em algumas situações, como por exemplo: quando um cientista transcreve a fala de um participante da pesquisa para ser analisada e induzida num texto.
Um dos elementos chave para o desenvolvimento do escritor maduro é que descubra a função comunicativa da escrita. A escrita age sobre o leitor e é um instrumento para dirigir, informar, divertir, emocionar, persuadir o outro interlocutor e argumentar com ele.
Quando se pratica a escrita e reescrita de textos, descobrimos que o autor deve considerar a situação sociocomunicativa em que desenvolverá o texto para começar a projetar a reação do leitor.
É necessário trabalhar a escrita de um texto ao longo de uma série de aulas: iniciando por atividades de leitura e pesquisa que poderiam ajudar na escrita do texto( pré- escrita), diferentes atividades de planejamento, escrita e de revisão.As atividades devem ser motivadoras para o aluno, para que ele se sinta estimulado e envolvido nas atividades.
Além de organizar momentos de discussão e aprendizagem conjunta (construção dos andaimes- na medida em que o professor vai avaliando que o aluno está aprendendo, vai retirando a ajuda e deixando que o aluno resolva a atividade sozinho), devem-se ter regras claras para se manter um ritmo(negociar cronograma flexível com os alunos).
- A oralidade e a diversidade cultural do aluno. Como proceder
A escola recebe alunos de todos os lugares e crenças. Em um local de imensa diversidade cultural é necessário respeitar a originalidade, o modo de ser e falar de cada um; e ao mesmo tempo deixar claro que na sociedade circulam inúmeros textos e que existe uma norma padrão que deve ser seguida por todos para uma melhor comunicação e entendimento de todos.
"NÓIS MUDEMO"
Fidêncio Bogo
O ônibus da Transbrasiliana deslizava manso pela Belém-Brasília rumo a Porto Nacional. Era abril, mês das derradeiras chuvas. No céu, uma luazona enorme pra namorado nenhum botar defeito. Sob o luar generoso, o cerrado verdejante era um presépio, toda poesia e misticismo.Mas minha alma estava profundamente amargurada. O encontro daquela tarde, a visão daquele jovem marcado pelo sofrimento, precocemente envelhecido, a crua recordação de um episódio que parecia tão banal... Tentei dormir. Inútil. Meus olhos percorriam a paisagem enluarada, mas ela nada mais era para mim que o pano de fundo de um drama estúpido e trágico.
As aulas tinham começado numa segunda-feira. Escola de periferia, classes heterogêneas, retardatários. Entre eles, uma criança crescida, quase um rapaz.
- Por que você faltou esses dias todos?
- É que nóis mudemo onti, fessora. Nóis veio da fazenda. Risadinhas da turma.
- Não se diz "nóis mudemo", menino! A gente deve dizer: nós mudamos, tá?
-Tá, fessora!
'No recreio, as chacotas dos colegas: Oi, nóis mudemo! Até amanhã, nóis mudemo! No dia seguinte, a mesma coisa: risadinhas, cochichos, gozações.
- Pai, não vô mais pra escola!
- Oxente! Módi quê?
Ouvida a história, o pai coçou a cabeça e disse:
- Meu fio, num deixa a escola por uma bobagem dessa! Não liga pras gozações da mininada! Logo eles esquece.
Não esqueceram.
Na quarta-feira, dei pela falta do menino. Ele não apareceu no resto da semana, nem na segunda-feira seguinte. Aí me dei conta de que eu nem sabia o nome dele. Procurei no diário de classe e soube que se chamava Lúcio - Lúcio Rodrigues Barbosa. Achei o endereço. Longe, um dos últimos casebres do bairro. Fui lá, uma tarde. O rapazola tinha partido no dia anterior para a casa de um tio, no sul do Pará.
- É, professora, meu fio não aguentou as gozação da mininada. Eu tentei fazê ele continua, mas não teve jeito. Ele tava chatiado demais. Bosta de vida! Eu devia di té ficado na fazenda côa famia. Na cidade nóis não tem veis. Nóis fala tudo errado.
Inexperiente, confusa, sem saber o que dizer, engoli em seco e me despedi.
O episódio ocorrera há dezessete anos e tinha caído em total esquecimento, ao menos de minha parte.
Uma tarde, num povoado à beira da Belém-Brasília, eu ia pegar o ônibus, quando alguém me chamou. Olhei e vi, acenando para mim, um rapaz pobremente vestido, magro, com aparência doentia.
- O que é, moço?
- A senhora não se lembra de mim, fessora?
Olhei para ele, dei tratos à bola. Reconstituí num momento meus longos anos de sacerdócio, digo, de magistério. Tudo escuro.
- Não me lembro não, moço. Você me conhece? De onde? Foi meu aluno? Como se chama?
Para tantas perguntas, uma resposta lacônica:
- Eu sou "Nóis mudemo”, lembra?
Comecei a tremer.
- Sim, moço. Agora lembro, Como era mesmo seu nome?
- Lúcio - Lúcio Rodrigues Barbosa.
- O que aconteceu com você?
- O que aconteceu ? Ah! fessora! É mais fácil dizê o que não aconteceu . Comi o pão que o diabo amasso. E êta diabo bom de padaria! Fui garimpeiro, fui bóia fria, um "gato" me arrecadou e levou num caminhão pruma fazenda no meio da mata. Lá trabaiei como escravo, passei fome, fui baleado quando consegui fugi. Peguei tudo quanto é doença. Até na cadeia já fui para. Nóis ignorante às veis fais coisa sem querê fazé. A escola fais uma farta danada. Eu não devia de té saído daquele jeito, fessora, mas não aguentei as gozação da turma. Eu vi logo que nunca ia consegui fala direito. Ainda hoje não sei.
- Meu Deus!
Aquela revelação me virou pelo avesso. Foi demais para mim. Descontrolada comecei a soluçar convulsivamente. Como eu podia ter sido tão burra e má? E abracei o rapaz, o que restava do rapaz, que me olhava atarantado.
O ônibus buzinou com insistência.
- O rapaz afastou-me de si suavemente.
- Chora não, fessora! A senhora não tem curpa.
Como? Eu não tenho culpa? Deus do céu!
Entrei no ônibus apinhado. Cem olhos eram cem flechas vingadoras apontadas para mim. O ônibus partiu. Pensei na minha sala de aula. Eu era uma assassina a caminho da guilhotina.
Hoje tenho raiva da gramática. Eu mudo, tu mudas, ele muda, nós mudamos, mudamos, mudaamoos, mudaaamooos... Super usada, mal usada, abusada, ela é uma guilhotina dentro da escola. A gramática faz gato e sapato da língua materna - a língua que a criança aprendeu com seus pais e irmãos e colegas
- e se torna o terror dos alunos. Em vez de estimular e fazer crescer, comunicando, ela reprime e oprime, cobrando centenas de regrinhas estúpidas para aquela idade.
E os lúcios da vida, os milhares de lúcios da periferia e do interior, barrados nas salas de aula: "Não é assim que se diz, menino!" Como se o professor quisesse dizer: "Você está errado! Os seu s pais estão errados! Seus irmãos e amigos e vizinhos estão errados! A certa sou eu! Imite-me! Copie-me! Fale como eu ! Você não seja você! Renegue suas raízes! Diminua-se! Desfigure-se! Fique no seu lugar! Seja uma sombra!"
E siga desarmado para o matadouro.
- Literatura para adolescentes: uma questão de hábito, de acervo adequado da escola, ou de incentivo docente e familiar?
Penso que quando a leitura ganha o caráter de tarefa, de obrigação, acaba perdendo o encanto. Cabe à escola estimular o hábito da mesma, enriquecendo o acervo de letras e proporcionando um tempo específico para estimular o contato com os livros.
Crianças que adquirem o hábito de leitura geralmente o fazem por exemplo (influência) de pais ou professores.Quando o incentivo ocorre dentro de casa é muito difícil deixar o hábito de lado, mesmo depois de acabada a idade escolar.
Pais que presenteiam as crianças com livros ou assinaturas de histórias em quadrinhos, que levam os pequenos desde cedo às bibliotecas, aos locais onde se apresentam contadores de histórias, que estimulam seus filhos à confecção de carteirinhas e empréstimos de livros são um claro exemplo de pais que estimulam seus filhos ao hábito de leitura.
O GESTAR II como ferramenta básica no ensino da língua no cotidiano escolar proporciona ao professor e ao aluno, uma forma diferente de ensinar, aprender e aplicar os textos sociais nas linguagens oral e escrita.
“Já sonhamos juntos semeando as canções no vento, quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar. Já choramos muito, muitos se perderam no caminho, mesmo assim não custa inventar uma nova canção que venha nos trazer SOL DE PRIMAVERA” (GUEDES,1980).
Vivemos um tempo de comunicação rápida, de profusão de imagens, de linguagem sintética, de novas formas de organização de mensagens verbais ou não verbais.
Essas transformações na comunicação exigem dos indivíduos, cada vez mais, o pleno domínio de diferentes linguagens.
Nos dias de hoje, interagir com diversas linguagens é não apenas condição de comunicabilidade, mas também condição de apropriação de conhecimentos. O domínio das formas de comunicação é condição para uma atuação autônoma e cidadã na sociedade.
O GESTAR II proporciona ao professor e ao aluno uma forma diferente de aplicação de textos sociais nas linguagens oral e escrita, pois é um estímulo a novas descobertas.sendo um programa inovador e dinâmico, proporciona momentos de reflexão entre a teoria e prática cujo resultado são aulas dinâmicas e alegres.
Percebi uma mudança radical de postura na minha prática de sala de aula desde que conheci o GESTAR II.As aulas que preparo hoje são mais lúdicas e interativas.Os meus alunos agora sentem prazer em brincar com a língua, sentem necessidade de saltar para dentro do navio da aventura das palavras e navegar por prazer apenas para conhecer o sabor de um passeio fantástico pelo mundo dos textos.
Com o GESTAR II compreendi que o verdadeiro objetivo do trabalho com a Língua Portuguesa é a boa produção e compreensão dos textos. Assim, é a gramática que deve ser vir à compreensão do texto literário e facilitar sua produção.
Considero o GESTAR II uma âncora que me proporciona mergulhos seguros no texto e em sua lógica, pois é ele (GESTAR II) que me proporciona a segurança na leitura e oralidade dos alunos, transformando-os em cidadãos críticos, participativos, interessados e totalmente envolvidos no trabalho.
Enfim, o GESTAR II abriu portas para a criatividade, a fantasia, a alegria ao aliar teoria e prática de forma dinâmica e voltada para a realidade das novas escolas.
Finalizo com as palavras de Drummond:
“(...) O português são dois; o outro, mistério.”
PARTE III
LIVRO: A TROCA
Pra mim, livro é vida; desde muito pequena os livros me deram casa e comida. Foi assim: eu brincava de construtora, livro era tijolo; em pé fazia parede; deitado, fazia degrau de escada; inclinado, encostava num outro e fazia telhado. E quando a casinha ficava pronta eu me espremia lá dentro pra brincar de morar em livro. De casa em casa eu fui descobrindo o mundo (de tanto olhar pras paredes). Primeiro, olhando desenhos; depois, decifrando palavras. Fui crescendo; e derrubei telhados com a cabeça. Mas fui pegando intimidade com as palavras. E quanto mais íntimas a gente ficava, menos eu ia me lembrando de consertar o telhado ou de construir novas casas. Só por causa de uma razão: o livro agora alimentava a minha imaginação. Todo dia a minha imaginação comia, comia e comia; e de barriga assim cheia me levava prá morar no mundo inteiro: iglu, cabana, palácio, arranha-céu, era só escolher e pronto, o livro me dava. Foi assim que, devagarinho, me habituei com essa troca tão gostosa que - no meu jeito de ver as coisas - é a troca da própria vida; quanto mais eu buscava no livro, mais ele me dava. Mas como a gente tem mania de sempre querer mais, eu cismei de um dia alargar a troca: comecei a fabricar tijolo pra - em algum lugar - uma criança juntar com outros e levatar a casa onde ela vai morar.
Lygia Bojunga Nunes
Sugestão de leitura para o sexto ano:
1. Pluft, o fantasminha – narrar o primeiro encontro entre Pluft e Maribel
2. O gato malhado e a andorinha sinhá – comentar sobre as histórias de amor impossíveis; ler o primeiro capítulo para a classe.
3. Felpo Filva – descrever personagens principais
4. O pequeno príncipe - relatar como o principezinho vivia
5.Admirável mundo louco – criar suspense em torno da impressão de seres que visitariam o planeta terra pela primeira vez .
6. Bisa Bia Bisa Bel – levar para a classe uma foto antiga de uma avó e dar asas á imaginação, pensando em como seria o reencontro de uma garota e sua bisavó.
domingo, 15 de novembro de 2009
OFICINA 11 – UNIDADES 21 E 22 – TP 6 – LEITURA E PROCESSOS DE ESCRITA II
ARGUMENTAÇÃO E LINGUAGEM
PARTE I
Na concepção de linguagem como uma forma de trabalho cultural –, consideramos que toda manifestação lingüística é também basicamente argumentativa. Ou seja: sempre que utilizamos a linguagem, estamos implicitamente alterando – ou querendo alterar – as crenças dos interlocutores, estamos implicitamente querendo convencê-los de nossas idéias. Isso porque todo ato de linguagem objetiva produzir efeitos de sentido, que podem ser concretizados em ações ou em mudança/reforço de opiniões. Mas nem sempre fazemos isso conscientemente, ou fazemos disso o objetivo maior da nossa interação verbal.
Quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas idéias, classificamos esse texto como argumentativo. Nesse texto, a idéia principal para a qual buscamos a adesão do leitor/ ouvinte, o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte, constitui a tese. Cada motivo ou razão que damos para comprovar a tese é chamado de argumento.
Dependendo da situação de comunicação, das finalidades do ato de linguagem, as maneiras de organizar a tese e os argumentos podem variar.
Uma boa argumentação depende, primeiramente, da clareza do objetivo (da tese a comprovar); e depois, da solidariedade entre os argumentos: todos devem conduzir para o mesmo objetivo.
Como argumentar é firmar uma posição diante de um problema, um compromisso com a informação e o conhecimento, não é possível construir uma boa argumentação com argumentos fracos, falsos ou incoerentes.
Ao mobilizar argumentos para sustentar uma tese, ao apresentar que idéia pretende fazer crer aos outros, o autor depende de seus pontos de vista, de seu conhecimento sobre o assunto e dos argumentos que julga mais eficazes para atingir o raciocínio e a vontade de seu interlocutor. Com tantos fatores em jogo, uma argumentação pode não ser bem-sucedida. Assim, a cada argumento bem construído pode corresponder um argumento mal construído; o que resulta em defeitos de argumentação.
É difícil falar em defeitos de argumentação em sentido muito genérico, porque um defeito de argumentação está sempre relacionado às finalidades do texto. Por isso, a organização dos sentidos globais do texto precisa ser levada em consideração. Contradições em um texto podem servir de argumentos positivos em outro.
Uma argumentação é considerada inadequada ou defeituosa quando não dá condições para que os objetivos sejam atingidos. Há várias razões para isso acontecer: podem ser razões ligadas à incompreensão, ou não-aceitação, do interlocutor; podem ser razões ligadas ao desenvolvimento do texto, ou mesmo razões relacionadas à não-correspondência entre os argumentos e o “mundo real”.
Em suma, encontramos, na escolha dos argumentos, vários níveis de adequação e vários níveis de inadequação quanto à demonstração da tese pretendida: os sentidos globais do texto e o objetivo da argumentação é que definem sua qualidade.
PARTE II
AVANÇANDO NA PRÁTICA – PÁGINA 98 - TP6
TEMA: Atividade escrita planejada
SÉRIE: 5ª série (6º ano)
TEMPO ESTIMADO: 6 a 8 aulas
JUSTIFICATIVA:
É por meio do discurso que o homem tenta persuadir seu interlocutor, fazendo com que esse compartilhe de suas opiniões. De fato, ao usar a linguagem, ele tem sempre objetivos a serem atingidos. Porém, para que nossas palavras surtam efeito e levem o interlocutor à determinada conclusão, elas devem possuir um caráter argumentativo. O ato de argumentar constitui, dessa forma, o ato lingüístico fundamental, uma vez que por detrás de todo e qualquer discurso há sempre uma ideologia
OBJETIVOS:
- Produzir um texto informativo;
- Relacionar informações sobre a Semana Revelação a partir da utilização de diferentes textos verbais e não verbais.
DESENVOLVIMENTO
TEMA: Semana Revelação
LEITORES: professor e alunos da classe
OBJETIVO: escrever texto informativo sobre a Semana Revelação
FUNÇÃO: referencial
GÊNERO: reportagem
NÍVEL DE LINGUAGEM: formal
SUPORTE: escrever para apresentar no telejornal apresentado em classe
MATERIAIS: reportagens do jornal semanal da cidade, site do jornal semanal, fotos da semana revelação, entrevistas com participantes do evento.
ATIVIDADE DE PRÉ ESCRITA:
- Proporcionar momentos em classe para leitura de textos do gênero reportagem em jornais, revistas e até mesmo on line.
- Discutir a respeito do tema (Semana Revelação) em grupos,obervando fotos, levantando questionamentos e hipóteses.
- Utilizar o tema como manchete:
SEMANA REVELAÇÃO É DESTAQUE NA E. E. CARMELITA CARVALHO GARCIA
- Ler o artigo publicado no jornal semanal relacionado ao tema, explicar o que é uma manchete de jornal, e como produzir uma reportagem mais curta, como um informativo.
- Comentar sobre o formato de uma folha de jornal, com informações tais como: nome da cidade, data, nome do caderno e página no canto à direita.
- Após a discussão, pedir aos alunos que voltem a se reunir em grupos e decidam sobre elementos que possam ser anexados nesta manchete.Definir número de linhas(espaço) para a matéria.
- Finalmente pedir para redigir o texto da reportagem.
LIÇÃO DE CASA – COMENTÁRIOS SOBRE A ATIVIDADE
Foi uma experiência muito positiva, com todos os alunos da classe envolvidos.A redação em conjunto propiciou troca de informações e conhecimentos, transformando em uma experiência rica e produtiva para os alunos.
PARTE III
- Desenvolver uma crônica:
Ele foi, de pijama e tudo.
Chegando lá, um mundo de pandeiros, tamborins e belas morenas tornavam a quadra uma profusão de cores, sons e ritmos.
A alegria e a animação tomavam conta do lugar.
Ele, a princípio ainda perturbado e sonolento, ficou a observar o ambiente. Aos poucos a vibração contagiante começou a espalhar por seu corpo.
Ginga pra cá, ginga pra lá...passos bamboleavam, rebordeavam...
Quando deu por si, estava lá, bem no meio da multidão, dando um show de passos leves e rápidos.
O tempo parecia inalterado....Novamente ele estava ali, como o Rei da Passarela do Samba...ele...ele mesmo...o Grande Passista Nota Dez, que tantos prêmios já levara para casa.
E a sua companheira daquela época? A porta bandeira que era capaz de evoluções fantásticas?Onde estará ela, a sua grande companheira do samba?
Em casa.Desistiu de esperar o marido, tomou um sonífero e dormiu.
- Planejamento:
- Apresentar para a classe coletâneas de crônicas.
- Explicar as características do gênero e pedir a cada aluno que escolha uma e leia para a classe.
- Ler com muito suspense o fragmento de Moacir Scliar “O Espírito Carnavalesco” e pedir aos alunos que continuem a crônica a partir do fragmento lido.
PARTE I
Na concepção de linguagem como uma forma de trabalho cultural –, consideramos que toda manifestação lingüística é também basicamente argumentativa. Ou seja: sempre que utilizamos a linguagem, estamos implicitamente alterando – ou querendo alterar – as crenças dos interlocutores, estamos implicitamente querendo convencê-los de nossas idéias. Isso porque todo ato de linguagem objetiva produzir efeitos de sentido, que podem ser concretizados em ações ou em mudança/reforço de opiniões. Mas nem sempre fazemos isso conscientemente, ou fazemos disso o objetivo maior da nossa interação verbal.
Quando temos consciência de que nosso objetivo maior ao produzir um texto é fazer o leitor/ouvinte crer em alguma de nossas idéias, classificamos esse texto como argumentativo. Nesse texto, a idéia principal para a qual buscamos a adesão do leitor/ ouvinte, o objetivo de convencimento do leitor/ouvinte, constitui a tese. Cada motivo ou razão que damos para comprovar a tese é chamado de argumento.
Dependendo da situação de comunicação, das finalidades do ato de linguagem, as maneiras de organizar a tese e os argumentos podem variar.
Uma boa argumentação depende, primeiramente, da clareza do objetivo (da tese a comprovar); e depois, da solidariedade entre os argumentos: todos devem conduzir para o mesmo objetivo.
Como argumentar é firmar uma posição diante de um problema, um compromisso com a informação e o conhecimento, não é possível construir uma boa argumentação com argumentos fracos, falsos ou incoerentes.
Ao mobilizar argumentos para sustentar uma tese, ao apresentar que idéia pretende fazer crer aos outros, o autor depende de seus pontos de vista, de seu conhecimento sobre o assunto e dos argumentos que julga mais eficazes para atingir o raciocínio e a vontade de seu interlocutor. Com tantos fatores em jogo, uma argumentação pode não ser bem-sucedida. Assim, a cada argumento bem construído pode corresponder um argumento mal construído; o que resulta em defeitos de argumentação.
É difícil falar em defeitos de argumentação em sentido muito genérico, porque um defeito de argumentação está sempre relacionado às finalidades do texto. Por isso, a organização dos sentidos globais do texto precisa ser levada em consideração. Contradições em um texto podem servir de argumentos positivos em outro.
Uma argumentação é considerada inadequada ou defeituosa quando não dá condições para que os objetivos sejam atingidos. Há várias razões para isso acontecer: podem ser razões ligadas à incompreensão, ou não-aceitação, do interlocutor; podem ser razões ligadas ao desenvolvimento do texto, ou mesmo razões relacionadas à não-correspondência entre os argumentos e o “mundo real”.
Em suma, encontramos, na escolha dos argumentos, vários níveis de adequação e vários níveis de inadequação quanto à demonstração da tese pretendida: os sentidos globais do texto e o objetivo da argumentação é que definem sua qualidade.
PARTE II
AVANÇANDO NA PRÁTICA – PÁGINA 98 - TP6
TEMA: Atividade escrita planejada
SÉRIE: 5ª série (6º ano)
TEMPO ESTIMADO: 6 a 8 aulas
JUSTIFICATIVA:
É por meio do discurso que o homem tenta persuadir seu interlocutor, fazendo com que esse compartilhe de suas opiniões. De fato, ao usar a linguagem, ele tem sempre objetivos a serem atingidos. Porém, para que nossas palavras surtam efeito e levem o interlocutor à determinada conclusão, elas devem possuir um caráter argumentativo. O ato de argumentar constitui, dessa forma, o ato lingüístico fundamental, uma vez que por detrás de todo e qualquer discurso há sempre uma ideologia
OBJETIVOS:
- Produzir um texto informativo;
- Relacionar informações sobre a Semana Revelação a partir da utilização de diferentes textos verbais e não verbais.
DESENVOLVIMENTO
TEMA: Semana Revelação
LEITORES: professor e alunos da classe
OBJETIVO: escrever texto informativo sobre a Semana Revelação
FUNÇÃO: referencial
GÊNERO: reportagem
NÍVEL DE LINGUAGEM: formal
SUPORTE: escrever para apresentar no telejornal apresentado em classe
MATERIAIS: reportagens do jornal semanal da cidade, site do jornal semanal, fotos da semana revelação, entrevistas com participantes do evento.
ATIVIDADE DE PRÉ ESCRITA:
- Proporcionar momentos em classe para leitura de textos do gênero reportagem em jornais, revistas e até mesmo on line.
- Discutir a respeito do tema (Semana Revelação) em grupos,obervando fotos, levantando questionamentos e hipóteses.
- Utilizar o tema como manchete:
SEMANA REVELAÇÃO É DESTAQUE NA E. E. CARMELITA CARVALHO GARCIA
- Ler o artigo publicado no jornal semanal relacionado ao tema, explicar o que é uma manchete de jornal, e como produzir uma reportagem mais curta, como um informativo.
- Comentar sobre o formato de uma folha de jornal, com informações tais como: nome da cidade, data, nome do caderno e página no canto à direita.
- Após a discussão, pedir aos alunos que voltem a se reunir em grupos e decidam sobre elementos que possam ser anexados nesta manchete.Definir número de linhas(espaço) para a matéria.
- Finalmente pedir para redigir o texto da reportagem.
LIÇÃO DE CASA – COMENTÁRIOS SOBRE A ATIVIDADE
Foi uma experiência muito positiva, com todos os alunos da classe envolvidos.A redação em conjunto propiciou troca de informações e conhecimentos, transformando em uma experiência rica e produtiva para os alunos.
PARTE III
- Desenvolver uma crônica:
Ele foi, de pijama e tudo.
Chegando lá, um mundo de pandeiros, tamborins e belas morenas tornavam a quadra uma profusão de cores, sons e ritmos.
A alegria e a animação tomavam conta do lugar.
Ele, a princípio ainda perturbado e sonolento, ficou a observar o ambiente. Aos poucos a vibração contagiante começou a espalhar por seu corpo.
Ginga pra cá, ginga pra lá...passos bamboleavam, rebordeavam...
Quando deu por si, estava lá, bem no meio da multidão, dando um show de passos leves e rápidos.
O tempo parecia inalterado....Novamente ele estava ali, como o Rei da Passarela do Samba...ele...ele mesmo...o Grande Passista Nota Dez, que tantos prêmios já levara para casa.
E a sua companheira daquela época? A porta bandeira que era capaz de evoluções fantásticas?Onde estará ela, a sua grande companheira do samba?
Em casa.Desistiu de esperar o marido, tomou um sonífero e dormiu.
- Planejamento:
- Apresentar para a classe coletâneas de crônicas.
- Explicar as características do gênero e pedir a cada aluno que escolha uma e leia para a classe.
- Ler com muito suspense o fragmento de Moacir Scliar “O Espírito Carnavalesco” e pedir aos alunos que continuem a crônica a partir do fragmento lido.
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